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Após 3 meses, tripulantes seguem presos no navio em Santos à espera de repatriação

Grupo de 15 trabalhadores segue confinado dentro do navio sem ter autorização para desembarcar ou mesmo para retornar ao país de origem

Por Metropoles 28/07/2021 06h06
Após 3 meses, tripulantes seguem presos no navio em Santos à espera de repatriação
Grupo de 15 trabalhadores segue confinado dentro do navio - Foto: Reprodução/Youtube

Em abril, uma operação de combate aos crimes no mar encontrou 15 trabalhadores em situação de abandono no navio Srakane, do Panamá, no Porto de Santos. Três meses depois, os homens seguem no navio, com acesso limitado a comida e energia elétrica e condições precárias de higiene.

Isso porque, de acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), as empresas responsáveis pelo navio deveriam repatriar os trabalhadores para que eles pudessem retomar ao país de origem.

Entretanto, mesmo com decisão judicial determinando essa repatriação, pouco foi feito. Ainda segundo o MPT, o governo federal também não tomou nenhuma providência para ajudar os trabalhadores.

“Eles estão dentro do navio, a situação é precária, eles ficam implorando ali para que o agenciador forneça água potável, energia elétrica, cesta básica, a situação deles é bem precária”, disse ao Metrópoles o procurador do trabalho responsável pelo caso, Rodrigo Lestrade Pedroso.

O procurador disse que já comunicou o juiz do descumprimento, e agora resta esperar por uma nova decisão. “Esperamos que o país do navio, que é o Panamá, ou os países dos tripulantes resolvam custear o retorno deles. Mas é algo que está fora da ação, não podemos colocar como réus o Panamá nem os países dos tripulantes”, explica.

Parado no estaleiro

Todos os tripulantes são estrangeiros, a maioria da Georgia, mas há trabalhadores da Ucrânia e de Montenegro. O navio está atracado no estaleiro Wilson Sons, no Guarujá.

Em 30 de abril, a fiscalização do trabalho entrou no navio e encontrou uma “situação de penúria” no local, o que caracterizaria abandono. Os tripulantes não tinham acesso à água potável e alimentos em quantidade suficiente para todos, estavam sem combustível e energia elétrica, e o esgoto do navio estava no limite. Faltavam ainda cobertores e travesseiros, e havia lixo armazenado no convés.