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Restrição de idade para AstraZeneca zera coágulos raros, diz estudo

Pesquisa foi divulgada no New England Journal of Medicine

Por REUTERS 12/08/2021 11h11 - Atualizado em 12/08/2021 11h11
Restrição de idade para AstraZeneca zera coágulos raros, diz estudo
Vacinação contra a covid-19 - Foto: Myke Sena/MS

O Reino Unido não registrou, nas últimas semanas, nenhum novo caso de coágulo sanguíneo raro e grave depois de vacinação contra covid-19 com o imunizante da AstraZeneca, após decisão de limitar o uso em pessoas menores de 40 anos, disseram cientistas britânicos nessa quarta-feira.

A trombocitopenia trombótica, induzida por vacina (VITT), é uma combinação de coágulos sanguíneos e baixos níveis de plaqueta,s que foi rotulada como um efeito colateral raro em vacinas de vetor viral contra Covid, como as produzidas pela AstraZeneca e pela Johnson & Johnson.

Uma ocorrência maior do efeito colateral em pessoas mais jovens levou muitos países a colocarem restrições de idade para a vacina.

Cerca de 85% das pessoas que sofreram coágulos sanguíneos raros após a vacinação com AstraZeneca no Reino Unido tinham menos de 60 anos, apesar de mais vacinas terem sido administradas a idosos, concluiu o estudo, em uma das caracterizações mais completas da síndrome até agora.

A pesquisa mostrou que nas pessoas com menos de 50 anos a incidência era de cerca de 1 em 50 mil, em linha com as estimativas anteriores, e os especialistas disseram que o estudo reforçou o entendimento prévio do cálculo do risco-benefício da vacinação.

Sue Pavord, hematologista consultora do Hospital da Universidade de Oxford que liderou a pesquisa, disse que o incidente geralmente afetou jovens que eram saudáveis, e que seria especialmente perigoso se resultasse em sangramento no cérebro.

Acrescentou que um pico inicial de casos do efeito colateral diminuiu com o impacto da decisão do Reino Unido de oferecer vacinas alternativas para menores de 40 anos em maio.

"Não vimos novos casos nas últimas quatro semanas e isso foi um grande alívio", disse ela a repórteres.

O artigo foi publicado no New England Journal of Medicine.