Saúde

Pacientes que fazem hemodiálise em Arapiraca fazem apelo por medicamentos de uso contínuo

Secretaria Estadual da Saúde alega que está aguardando envio do medicamento por parte do Governo Federal

Por 7Segundos 22/09/2021 11h11 - Atualizado em 22/09/2021 11h11
Pacientes que fazem hemodiálise em Arapiraca fazem apelo por medicamentos de uso contínuo
Pacientes que fazem tratamento de hemodiálise cobram medicamentos de uso contínuo - Foto: Reprodução

Pacientes que sofrem de problemas renais, em alguns casos, precisam serem submetidos a tratamentos via hemodiálise, onde a função dos rins de filtragem do sangue é realizada através de uma máquina. 

Em Alagoas, além do sofrimento comumente causado pelo tratamento, os pacientes ainda passam por um agravante: a falta de medicamentos de uso contínuo.

Um arapiraquense, que realiza o tratamento no hospital Chama de Arapiraca, informou que ele e os demais pacientes renais estão há pelo menos seis meses sem receber medicamentos de uso contínuo, que evitam o surgimento de efeitos colaterais da diálise. Esses remédios são distribuídos gratuitamente através da Central Especializada em Assistência Farmacêutica (Ceaf), que é mantida pelo Governo do Estado.

"Eu sou um dos 480 pacientes de hemodiálise atendidos no Hospital Chama. Todos estamos sem receber esse medicamento, que é muito importante para evitar complicações. Já estamos há vários meses sem receber os remédios Noripurum e o Cloridrato de Sevelâmer, que são essenciais para nós que fazemos hemodiálise", disse ele, que preferiu ter a identidade preservada.

O Sacarato de Hidróxido Ferro, que recebe o nome comercial de Noripurum, custa em média R$ 50 e atua no combate à anemia. Já o Cloridrato de Sevelâmer sequer está disponível para a venda. Ele é produzido pelas Forças Armadas para o Ministério da Saúde, exclusivamente para distribuição e não pode ser comercializado. 

A medicação serve para evitar hipercalcemia, ou excesso de cálcio no sangue, que pode acontecer durante o tratamento de hemodiálise. Informações extraoficiais dão conta que um dos componentes do remédio é importado e estaria em falta.

O Portal 7Segundos entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), responsável pelo abastecimento das farmácias, e o órgão informou que está aguardando o envio do medicamento por parte do Governo Federal, que é a responsável pela aquisição.

CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA:

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) esclarece que está aguardando, por parte do Ministério da Saúde (MS), o envio do medicamento Rangel (Sevelamer) para Alagoas, uma vez que a aquisição é de responsabilidade do Governo Federal. Quanto ao medicamento Hidróxido de Ferro (Noripurum), está adotando as medidas administrativas para realizar a aquisição, pois o processo licitatório aberto pelo Estado foi deserto, ou seja, nenhum fornecedor apresentou proposta, uma vez que, segundo a indústria farmacêutica, falta matéria prima no mercado brasileiro e, com isso, apenas os contratos celebrados, anteriormente, estão sendo cumpridos.