Após nove anos preso pelo assassinato de Ceci Cunha, Talvane Albuquerque ganha liberdade
O ex-político arapiraquense continuará sendo monitorado por tornozeleira eletrônica

O ex-deputado federal por Alagoas Talvane Albuquerque, condenado como autor intelectual da Chacina da Gruta, que culminou na execução da então deputada Ceci Cunha e de outros três membros de sua família, ganhou a liberdade na tarde desta segunda-feira (25), após ficar preso desde 2012.
De acordo com a Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris), o alvará de soltura foi recebido nesta tarde no sistema prisional e, a partir de agora, ele passa a cumprir pena no regime semi-aberto. Albuquerque foi condenado a cumprir 103 anos e 4 meses de prisão, mas a pena foi reduzida em maio deste ano para pouco mais de 92 anos e 9 meses, após decisão da Sexta Turma do STJ.
No início da noite desta segunda, o Tribunal de Justiça encaminhou à imprensa esclarecimentos sobre a soltura do réu.
Os juízes da 16ª Vara Criminal da Capital concederam a progressão da pena do ex-deputado federal Pedro Talvane Luis Gama de Albuquerque Neto, nesta segunda-feira (25). Para o cumprimento da pena em regime semiaberto, o réu será fiscalizado por meio de monitoramento eletrônico, com raio de abrangência zero. O réu deve comparecer, mensalmente, perante a Justiça, para informar e justificar suas atividades.
Se o reeducando quiser trabalhar deverá solicitar autorização à Justiça. O réu está proibido de frequentar bares, boates, botequins, prostíbulos ou casas de reputação duvidosa, não pode praticar nenhum crime doloso, nem se ausentar da cidade sem prévia autorização da Justiça. Ele também foi proibido de frequentar as dependências de quaisquer unidades do sistema prisional deste Estado, salvo com autorização judicial, e não poderá mudar de endereço, sem prévia comunicação.
A audiência admonitória foi designada para o dia 22 de novembro deste ano, às 9h45, na 16ª Vara Criminal da Capital, ficando o reeducando intimado a comparecer sob pena de regressão de regime prisional para o fechado.
CHACINA DA GRUTA
A deputada Ceci Cunha, o marido Juvenal Cunha da Silva, o cunhado Iran Carlos Maranhão e a mãe de Iran, Ítala Neyde Maranhão, foram brutalmente assassinados no dia 16 de novembro de 1998, em um episódio que marcou a política alagoana e brasileira e ficou conhecido como Chacina da Gruta, em alusão ao bairro de Maceió onde o crime aconteceu.
Ceci havia acabado de ser diplomada deputada federal para o que seria seu segundo mandato e havia ido a casa do seu cunhado logo após a solenidade.
De acordo com as investigações, o primeiro alvo do crime seria o também deputado federal Augusto Farias, porém após este contratar seguranças particulares, o alvo mudou.
Talvane foi apontado como o mandante do crime por ser o principal beneficiado com a morte de Ceci. Apesar de ter assumido a vaga deixada pela arapiraquense na Câmara Federal, Talvane Albuquerque teve o mandato cassado no dia 8 de abril por quebra de decoro parlamentar.
Além dele, também foram condenados pela chacina Jadielson Barbosa da Silva, José Alexandre dos Santos, Alécio César Alves Vasco e Mendonça da Silva.
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