De volta à escola aos 98 anos, queniana dá exemplo para próxima geração
'Gostaria de me tornar médica', diz Priscilla Sitienei, que assiste a aula em uma sala de pedra na zona rural do Quênia
Em uma sala de aula de pedra em Rift Valley, na zona rural do Quênia, Priscilla Sitienei, que completa 99 anos na sexta-feira (11), faz anotações ao lado de colegas que são mais de oito décadas mais jovens que ela.
De vestido cinza e suéter verde que compõem o uniforme escolar, Sitienei disse que voltou às aulas para dar um bom exemplo aos bisnetos e seguir uma nova carreira.
"Gostaria de me tornar médica, porque eu costumava ser parteira", disse ela à Reuters, acrescentando que seus filhos apoiaram a decisão.
Em 2003, o governo queniano começou a subsidiar o custo do ensino primário, permitindo que alguns membros mais velhos da sociedade que perderam a oportunidade de receber educação durante a juventude revivessem seus sonhos.
A ação levou alguns dos alunos mais velhos ao estrelato, incluindo Sitienei, que viajou a Paris no ano passado para o lançamento de um filme sobre sua jornada intitulado "Gogo", que significa avó em sua língua nativa Kalenjin. Ela também irá a Nova York em breve para o lançamento do filme.
Segundo ela, a ideia de voltar aos estudos veio quando sua bisneta abandonou a escola após engravidar. "Perguntei brincando se ela tinha algum saldo de mensalidade na escola e ela disse que sim, então disse a ela que usaria para começar a escola."
Sitienei disse que esperava que sua bisneta retomasse os estudos, mas quando a jovem se recusou, decidiu ir à escola ela mesma.