Polícia descarta motivação política em atentado contra pré-candidata em Paulo Jacinto
Dois dos três acusados de crime morreram em confronto com o Bope
O atentado que feriu a médica veterinária Lérida Lôbo, que é pré-candidata a deputada federal, e resultou na morte do marido dela, José Adilson da Silva, não teve motivação política, de acordo com o delegado Thales Araújo, que foi designado para investigar o caso.
Em entrevista coletiva convocada pela Secretaria de Segurança Pública no final da manhã em Maceió, as forças de segurança também confirmaram que quatro pessoas estão envolvidas no crime. Duas delas morreram ao entrar em confronto com equipe do Batalhão de Operações Especiais (Bope), uma foi presa e outra conseguiu fugir.
De acordo com o delegado, os dois que morreram durante troca de tiros com os policiais e a pessoa que conseguiu fugir são irmãos. Eles teriam premeditado o atentado, monitorando a rotina do casal, motivados por vingança.
A quarta pessoa - que foi presa - teria sido responsável por alugar o veículo usado no crime.
"Trata-se de crime de ódio, de vingança, uma vez que eles suspeitavam que o casal tinha participação no homicídio do pai deles, o que não foi comprovado", declarou o delegado.
O homicídio que motivou o pai dos acusados ocorreu cinco meses atrás e os dois irmãos que morreram durante a operação haviam chegado recentemente do Rio de Janeiro. A dupla, junto com o irmão agora foragido, teriam observado o casal por alguns dias antes de cometer o atentado, que ocorreu em frente à ONG Anjinhos de 4 Patinhas, da qual Lérida é presidente.
Thales Araújo afirmou que não havia indícios do envolvimento da pré-candidata e do marido dela no assassinato do pai dos suspeitos, apesar de uma suposta rixa com José Adilson. "Eles resolveram se vingar com base em boatos que chegaram até eles", justificou o delegado.
SAIBA MAIS
Lérida Lôbo tem 49 anos, é médica veterinária e presidente da ONG Anjinhos de 4 Patinhas, que cuida de mais de 1.500 cães e gatos e possui mais de 200 mil seguidores no Instagram. O marido dela, José Adilson trabalha como ajudante na entidade.
Na tarde de quinta-feira (04), o casal estava deixando a sede da instituição, que fica na rua Santa Quitéria, no Centro de Paulo Jacinto, quando foram surpreendidos por vários disparos de arma de fogo. Eles foram socorridos para um hospital da cidade, mas José Adilson não resistiu e morreu pouco depois.
A pré-candidata a deputada federal foi transferida para o Hospital Geral do Estado e foi submetida a uma cirurgia no braço. Boletim divulgado ainda na noite de quinta dava conta que o quadro de saúde dela era considerado estável.
Testemunhas do atentado conseguiram anotar a placa do veículo utilizado pelos criminosos. O carro era alugado e com o proprietário do estabelecimento conseguiram o endereço da pessoa que fez a locação do veículo.
O locatário disse ter emprestado o carro para um conhecido que disse que iria "resolver problemas pessoais". Ele foi detido e repassou a localização dos três irmãos. Quando as equipes chegaram à residência, visualizaram o veículo usado no crime e, em seguida, avistaram dois homens pulando o muro para tentar fugir, enquanto o terceiro passou a atirar na direção dos policiais, que se defenderam dos disparos.
Na troca de tiros, o acusado foi baleado e socorrido para a UPA de Palmeira dos Índios. O Bope foi acionado e seguiu pela rodovia AL 115, quando encontrou ontro criminoso, que também reagiu atirando contra a guarnição. Ele também foi baleado e socorrido para a UPA. Algum tempo depois ambos foram declarados mortos pela equipe médica do hospital.
O outro envolvido no crime continua foragido.