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Estudante saudita é condenada a 34 anos de prisão por usar o Twitter

A mulher foi condenada por ter uma conta na rede social e retuitar oposicionistas ao governo da Arábia Saudita

Por Metrópoles 17/08/2022 09h09
Estudante saudita é condenada a 34 anos de prisão por usar o Twitter
Salma al-Shehab - Foto: Democracy Now/Reprodução

Salma al-Shehab, estudante da Universidade de Leeds, na Inglaterra, foi para a Arábia Saudita passar as férias e acabou condenada a 34 anos de prisão. O motivo: ter uma conta no Twitter e retuitar mensagens de oposicionistas ao governo saudita.

A mulher. que tem 34 anos e é mãe de dois filhos pequenos, havia sido condenada a três anos de prisão por “causar agitação pública e desestabilizar a segurança civil e nacional”, segundo a sentença. Porém, na última segunda-feira (15/8), um tribunal de apelações reviu os termos após um promotor público apontar outros supostos crimes.

Segundo o jornal inglês The Guardian, Shehab também foi acusada de estar “ajudando aqueles que procuram causar agitação pública e desestabilizar a segurança civil e nacional seguindo suas contas no Twitter”. Há a chance de a mulher buscar recurso no caso.

Nos últimos tempo, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman tem atacado usuários do Twitter. Ele também estaria tentando controlar uma grande participação indireta na empresa de mídia social dos EUA por meio do fundo soberano saudita.

Por outro lado, a estudante Salma al-Shehab tem 159 seguidores no Instagram. Na rede, ela se descreve como higienista dental, educadora médica, estudante de doutorado na Universidade de Leeds e professora da Universidade Princess Nourah bint Abdulrahman. Já no Twitter, ela conta com 2.597 seguidores.

Nessa rede específica, ela posta muito sobre a situação de estresse que viveu durante a pandemia da Covid-19 e fotos com os filhos. Há também retuítes sobre dissidentes sauditas que vivem no exílio e pedem a libertação de prisioneiros políticos. Em um caso específico, ela apoia Loujain al-Hathloul, ativista feminista saudita presa.

O Twitter não comentou o caso para o The Guardian, assim como não respondeu a perguntas específicas sobre uma suposta influência do governo saudita na rede.