Ministros voltam a se reunir nesta terça-feira (28) para decidir juro do consignado do INSS
Governo chegou a reduzir teto da taxa de 2,14% para 1,70% ao mês, mas bancos consideraram inviável e suspenderam a concessão do crédito

Depois de um encontro sem consenso na segunda-feira (27), ministros das equipes econômica e política do governo devem voltar a se encontrar na manhã desta terça-feira (28) para decidir qual deve ser o novo teto para a taxa de juros do crédito consignado para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, devem se reunir às 11h desta manhã, de acordo com apuração do analista de política da CNN Gustavo Uribe.
A decisão será, então, levada ao presidente Lula. O encontro do Conselho Nacional da Previdência Social, a quem cabe o anúncio final, deve acontecer na sequência.
A equipe política defende uma taxa de 1,90% ao mês, enquanto o grupo econômico quer 1,98% ao mês.
Em 13 de março, o conselho da Previdência aprovou a redução do teto da taxa de juros de 2,14% para 1,70% ao mês. A mudança representou uma diminuição de 0,44 ponto percentual.
O novo valor, no entanto, foi considerado inviável por bancos públicos e privados, que suspenderam a modalidade do crédito, criando um mal-estar entre os ministros Haddad, da Fazenda, e Lupi, da Previdência.
Na tentativa de evitar o desgaste de uma suspensão completa, o governo federal vinha estudando a viabilidade de um meio termo para o teto de juros relativo ao empréstimo consignado.
Para se chegar a um percentual de meio termo, alternativa antecipada pela CNN, as equipes política e econômica discutiram na última semana com as instituições financeiras.
O núcleo político defendia um percentual de 1,83% ao mês, que seria o valor médio oferecido pela Caixa Econômica e pelo Banco do Brasil. A ideia seria utilizar o percentual do consignado para pressionar pela redução de juros de outras modalidades de crédito.
O crédito consignado é uma modalidade de crédito com desconto direto na folha de pagamento.
Hoje o sistema financeiro tem cerca de 17 milhões de pessoas com contratos ativos de empréstimo consignado em relação ao INSS. Todos os meses são realizados quase um milhão de contratos de consignados.
Os contratos ativos totalizam mais de R$ 350 bilhões. Os novos teto e piso dos juros, se efetivamente aprovados, valem apenas para os futuros contratos.
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