Crianças resgatadas na selva colombiana são alvo de disputa entre familiares
Parentes da mãe, morta após a queda do avião em que estavam, reivindicam a guarda e afirmam que o pai batia nelas; ele diz que acusações são movidas por “interesses econômicos”
O drama das quatro crianças resgatadas depois de 40 dias na selva colombiana não chegou ao fim. Agora, elas são objeto de uma disputa pela guarda entre o pai de duas delas e a família da mãe, morta depois da queda do avião em que estavam. As crianças estão sob a proteção do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF).
O pai das crianças de 13 e de 9 anos, Manuel Miller Ranoque, queixou-se de que não está tendo acesso aos filhos. Ele diz que fotos das crianças foram publicadas sem sua autorização. As crianças, de 13, 9, 4 e 1 ano de idade, foram fotografadas quando o presidente Gustavo Petro as visitou no sábado, no Hospital Militar de Bogotá. Segundo Ranoque, o presidente disse que se reuniria com ele. O pai ficou esperando, mas o encontro não aconteceu.
A família da mãe das crianças, Magdalena Mucutuy, acusa Ranoque de violência contra a mulher e os filhos. O pai chegou a admitir numa entrevista ao noticiário de TV Noticias Uno que alterava a voz e poderia ter agido com violência quando estava bêbado.
Em outra entrevista, ele negou e disse que a filha mais velha, Lesly, de 13 anos, já desmentiu essas acusações. Segundo ele disse ao jornal colombiano El Tiempo, a família da mãe tem interesse em ficar com as crianças “por motivos econômicos”.
A mãe e as crianças estavam sendo transportadas de avião no dia 1º de maio de Araracuara para San José del Guaviare, no sudeste da Colômbia. Ranoque assegura que a família foi retirada de lá por causa do risco de recrutamento por parte da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), da qual ele diz ser um alvo.
A diretora do ICBF, Astrid Cáceres, disse à Blu Radio, da Colômbia, que as crianças estão a cargo de uma defensora, que está verificando a situação para decidir com quem elas ficarão. A bebê, que completou 1 ano na selva, está sob cuidados intermediários no hospital.
O resgate coincidiu com o anúncio, pelo presidente Petro, de um acordo com outro grupo guerrilheiro, o Exército de Libertação Nacional (ELN), firmado em Havana, com mediação do presidente cubano, Miguel Díaz-Canel. O acordo prevê 180 dias de cessar-fogo entre as forças de segurança colombianas e a guerrilha.
Petro, ele próprio um ex-guerrilheiro do grupo urbano M19, nos anos 1980, procurou aproveitar a comoção e alegria da população do país pelo resgate e associá-lo ao acordo, que está longe de ser um consenso entre os colombianos.
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