Após reviravolta, marido adolescente apreendido por morte de cigana é solto
Inquérito policial apontou que disparo que matou a jovem foi acidental e efetuado pelo cunhado dela, de nove anos, durante uma brincadeira
Após a Polícia Civil concluir que foi acidental o tiro que matou a cigana Hyara Flor, de 14 anos, a Justiça mandou soltar o marido dela, também um adolescente, de 14 anos, que era considerado o principal suspeito do crime. A informação foi confirmada ao Terra pelo advogado Homero Mafra, que o representa. O inquérito apontou que o disparo que matou a jovem foi efetuado na verdade pelo cunhado dela, de nove anos, segundo reportagem do jornal O Globo.
O Terra pediu maiores detalhes sobre a soltura do jovem ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), que informou que por se tratar de caso que envolve menor, o processo tramita em segredo de Justiça e as informações contidas não podem ser disponibilizadas.
A Polícia Civil informou ao O Globo que, após a análise de laudos periciais, de câmeras de segurança e a oitiva de 16 testemunhas, os investigadores concluíram que a adolescente foi vítima de um disparo acidental, feito pelo cunhado, enquanto os dois brincavam em seu quarto. Também foram analisados documentos e mensagens de celular e redes sociais, além de apurações em campo.
A cigana Hyara morreu com um tiro no queixo, no início de julho deste ano, na cidade de Guaratinga, extremo sul da Bahia, a mais de 700 km de Salvador. A adolescente chegou a ser socorrida para um hospital, mas não resistiu e morreu na unidade.
Para a família dela, o principal suspeito pelo crime era o marido da adolescente, o rapaz também de 14 anos com quem ela estava casada há apenas dois meses. Ele havia fugido com a família logo após a morte da vítima.
Os familiares da cigana acreditavam que ela havia sido morta por vingança, devido a uma relação extraconjugal entre a mãe do garoto e um tio de Hyara.
No dia 26 de julho, o marido de Hyara foi apreendido em Vitória, capital do Espírito Santo. Ele havia sido apresentado na Delegacia Especializada do Adolescente em Conflito com a Lei, naquele estado, e permaneceu à disposição da Justiça. O jovem foi solto após a conclusão do inquérito sobre a morte da cigana.