"Os abalos que ocorreram em Arapiraca são comuns e não oferecem risco à população", afirma geofísico do SGB
O Serviço Geológico do Brasil registrou 24 tremores em Alagoas de janeiro a agosto
O estado de Alagoas registrou 24 abalos sísmicos neste ano, com ocorrências em 13 cidades entre os meses de janeiro e agosto. Deste total, 05 abalos tiveram origem em Arapiraca, cidade da região Agreste, sendo 03 eventos somente na última semana.
Na última quinta(31), houve um novo abalo no estado, desta vez na cidade de Craíbas, com magnitude de 2,2 graus na Escala Richter, ocorrido às 12h. As informaações foram divulgadas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), empresa pública do Governo Federal vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME) e realiza o monitoramento sismológico em todo o território nacional como membro da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR).
O monitoramento sísmico de Alagoas é feito a partir dos dados das estações sismológicas instaladas no Nordeste, com transmissão de informações em tempo real, contando com as contribuições técnicas e científicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que também integra a RSBR.
Sem ocorrências em Maceió, capital do estado, o balanço de dados apresentados pelo Serviço Geológico do Brasil indica que os 24 abalos deste ano foram registrados nas cidades de Belo Monte (03), Arapiraca (05), Atalaia (01), Cajueiro (01), Viçosa (01), Limoeiro de Anadia (01), Rio Largo (01), Anadia (02), Maribondo (01), Coité do Noia (01), Craíbas (03), Campo Alegre (01) e Igreja Nova (03).
As ocorrências foram registradas em períodos espaçados nos meses de janeiro (03), fevereiro (05), março (01), abril (03), maio (01), julho (01) e agosto (10).
As informações do Serviço Geológico do Brasil também devem tranquilizar a população alagoana: os terremotos foram de baixo risco, com magnitude mínima de 1,5 graus em Arapiraca, Anadia e Atalaia, e magnitude máxima de 2,4 graus em Arapiraca e Igreja Nova. Ainda que o número total cause espanto, sendo comum o desconhecimento sobre terremotos no Brasil, os eventos registrados em Alagoas são comuns, típicos da região Nordeste, tiveram magnitude inferior a 3,0 graus e possivelmente passaram despercebidos pelos cidadãos.
A classificação dos eventos segue a metodologia da Escala Richter, que indica a magnitude em graus, representando a energia sísmica liberada por cada terremoto e o respectivo impacto.Apesar da repercussão veículos de comunicação com base em informações atribuídas pela imprensa à Defesa Civil de Arapiraca, o Serviço Geológico do Brasil esclarece que não realizou vistoria, avaliação ou acompanhamento técnico com o envio de pesquisadores à cidade, assim como não há qualquer estudo previsto ou em andamento para a região sobre as causas dos abalos, seguindo com o monitoramento dos eventos ali registrados.
Sobre possíveis riscos à população e a necessidade de aprofundar a investigação, realizando estudos, são pontos negados e descartados pela empresa. As motivações, com embasamento técnico, são esclarecidas pelo geofísico Marcos Ferreira, que é pesquisador em geociências do SGB, lotado em Brasília, e atua na Divisão de Sensoriamento de Geofísica da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM).
“Levando em consideração a região, o histórico de ocorrências em Alagoas e por não oferecer qualquer risco aos moradores, não há demanda emergencial que justifique a necessidade de realização de um estudo aprofundado. Todos os eventos registrados em Alagoas são comuns à região, com magnitude inferior a 3,0 graus neste ano”, comenta o pesquisador.
Rede de monitoramento
Marcos Ferreira explica que os abalos são monitorados pelo SGB a partir da Rede Sismográfica Brasileira nos termos do acordo de cooperação técnica firmado em 2016 e que envolve, ainda, a UFRN, a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Brasília (UnB) e o Observatório Nacional, reunindo as instituições nacionais de maior experiência em Sismologia no Brasil.Com recente renovação e válido até 2027, o acordo estabelece o repasse de recursos do SGB para manter a RSBR, incluindo também a ampliação da divulgação de dados e a autorização cedida para o uso das informações de monitoramento.
A UFRN, UnB, USP e o Observatório Nacional são responsáveis por mais de 90 estações sismológicas de última geração instaladas em diferentes estados. A conexão dos dados das estações com as instituições é realizada em tempo real, através de transmissões via internet e satélites. Estes são avaliados pelas instituições para o monitoramento sísmico do território brasileiro. No caso da região Nordeste, a rede de monitoramento é gerenciada e operada pela UFRN.
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