Justiça

Operação Sorte de Areia desarticula quadrilha que aplicou golpes em lotéricas de Alagoas e outros estados

Polícia Civil e Ministério Público concluíram apuração que revelou uso de tecnologia, redes sociais e dados sigilosos para aplicar o golpe do falso dono de lotérica; prejuízo supera R$ 1 milhão no estado

Por 7Segundos 24/12/2025 14h02 - Atualizado em 24/12/2025 14h02
Operação Sorte de Areia desarticula quadrilha que aplicou golpes em lotéricas de Alagoas e outros estados
Operação Sorte de Areia identificou 52 envolvidos em esquema de fraudes contra casas lotéricas - Foto: Divulgação/PC-AL

A Polícia Civil e o Ministério Público de Alagoas concluíram a investigação de uma das maiores fraudes já registradas contra casas lotéricas no estado. A Operação Sorte de Areia desarticulou uma organização criminosa especializada no chamado “golpe do falso dono de lotérica”, que causou prejuízo superior a R$ 1 milhão apenas em Alagoas.

Segundo as autoridades, o grupo utilizava tecnologias avançadas, redes sociais, bases de dados lícitas e ilícitas e até ferramentas de inteligência artificial para aplicar os golpes. O contato com funcionários das lotéricas era feito principalmente por WhatsApp, com criminosos se passando pelos proprietários dos estabelecimentos.

As investigações apontam que os suspeitos realizavam um trabalho prévio de levantamento detalhado de informações, chamado por eles de “grades”. Nesse processo, eram coletados dados como nomes dos donos das lotéricas, funcionários, telefones, fotos retiradas de redes sociais e até informações internas das empresas. Com esse material, os criminosos simulavam conversas convincentes para induzir funcionários a pagar boletos falsos ou realizar transferências de altos valores.

Em alguns casos, os golpes ultrapassaram centenas de milhares de reais em uma única operação. Conforme apurado, houve situações em que uma lotérica chegou a ficar com saldo negativo expressivo, mas ainda assim novas transferências eram realizadas dias depois.

Ao todo, 52 pessoas foram indiciadas no inquérito. Duas já estão presas, sendo que uma delas foi trazida de Goiás para Maceió. Outras cinco seguem foragidas, entre elas um jogador de futebol que atua fora do Brasil.

Entre os investigados está Daniel Costa Félix, de 28 anos, lateral-direito com contrato ativo com um clube da Eslováquia. De acordo com a polícia, ele não atuava apenas como “laranja”, mas exercia funções estratégicas dentro da organização criminosa, como a falsificação de comprovantes bancários e o aliciamento de pessoas para emprestar contas bancárias usadas no esquema.

As autoridades informaram que a investigação foi oficialmente encerrada e que, agora, os esforços estão concentrados no cumprimento dos mandados de prisão ainda pendentes, incluindo o do jogador que permanece no exterior.