Exército diz que investiga conduta de militar que chutou animal em quartel
Imagem mostra o bicho voando após o impacto do chute do militar; caso ganhou repercussão nas redes sociais
Um militar do Exército foi filmado chutando um animal de porte pequeno no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro, localizado em Bonsucesso, na Zona Norte da capital fluminense. A imagem ganhou repercussão nas redes sociais, e o Exército afirmou que abriu um procedimento administrativo contra o agressor.
"O Exército Brasileiro não compactua com nenhum tipo de violência a animais de qualquer espécie. Ao tomar conhecimento do fato, após a análise das imagens, iniciou-se a devida apuração, por meio de procedimento administrativo", afirmou pelas redes sociais nesta segunda-feira, 2.
A gravação mostra o militar indo em direção a um pequeno animal, enquanto que outros o incentivam. "Vai lá, eu estou gravando". Ele, então, chuta o animal, que voa para longe, arrancando risadas do grupo. Procurado pelo Estadão, o Exército não informou quando ocorreu o caso, o estado de saúde do animal e se o agressor já sofreu alguma punição.
De acordo com biólogos ouvidos pela reportagem, o animal se assemelha a um filhote de gambá. A espécie é comum na Mata Atlântica e é considerado frágil pelos especialistas.
De acordo com o artigo nº 32 da Lei de Crimes Ambientais, ferir animais silvestres é passível de pena de três meses a um ano de detenção. Levá-los à morte pode resultar em um aumento da punição.
Câmara do Rio pediu punição do militar
Após a divulgação do episódio nas redes sociais, o vereador Luiz Ramos Filho (PMN-RJ), presidente da Comissão de Direito dos Animais da Câmara do Rio, apresentou um pedido para que o Departamento de Cultura e Ensino do Exército (DecEx) apurasse e punisse o militar de acordo com a Lei de Crimes Ambientais. Em ofício encaminhado nesta segunda-feira, o parlamentar também pediu para o Exército garantir que "esse tipo de atitude seja coibida de forma severa e não venha a se repetir".
De acordo com Nathalie Citeli, doutora em Biologia pela Universidade de Brasília (UnB), a presença de animais silvestres ajuda na manutenção da qualidade ambiental e na qualidade da vida humana, sendo um dever do Estado cuidar dessas espécieis. "É uma tristeza assistir à tanta falta de conhecimento, em associação a falta de empatia por outros seres que dividem o planeta conosco", afirmou.