IPCA, inflação nos EUA e ata do Fed são algumas das demandas desta semana para a economia do Brasil
Inflação no Brasil, nos Estados Unidos e na China estão entre os destaques da agenda econômica da semana, que também tem ata do BC americano
A segunda semana de outubro terá divulgações importantes de indicadores econômicos, tanto no Brasil quanto no exterior. No cenário doméstico, o principal destaque é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (11/10).
Em agosto, o indicador ficou em 0,23%, confirmando que a inflação no Brasil segue acelerando no segundo semestre, após a queda de preços em junho.
De acordo com a maioria das projeções do mercado, o IPCA deve continuar na trajetória de aceleração, em torno de 0,35% a 0,4%. O IPCA-15, considerado a prévia da inflação, foi de 0,35%.
Segundo economistas e agentes do mercado ouvidos pelo Metrópoles, a alta do IPCA nos últimos meses afasta qualquer possibilidade de o Banco Central (BC) aumentar o ritmo de corte da taxa básica de juros nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
A elevação dos juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação. Atualmente, a Selic está em 12,75% ao ano, depois de duas reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual pelo Copom, em agosto e setembro. Esse ritmo de queda da Selic deve ser mantido até o fim do ano.
Inflação nos Estados Unidos
Depois de uma semana em que os investidores acompanharam, dia após dia, as divulgações de dados de emprego nos Estados Unidos, a grande expectativa do mercado para os próximos dias é o índice de inflação da maior economia do mundo em setembro.
O resultado sairá na quinta-feira (12/10), feriado religioso no Brasil (Dia de Nossa Senhora Aparecida). O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, estima que a inflação americana fique em 3,6% na base anual e 0,3% na comparação mensal. Em agosto, ela foi de 3,7% e 0,6%, respectivamente, acelerando em relação ao mês anterior.
Um dia antes, está prevista a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês). A média das projeções indica uma inflação ao produtor de 1,6%, na comparação anual, e 0,3%, na mensal.
Ata do Fed
A resiliência do mercado de trabalho nos EUA, que continua aquecido, como mostraram os dados da semana passada, tem levado analistas a temerem um novo aperto da política monetária pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano).
Na última reunião do Comitê de Política Monetária do Fed, a taxa de juros foi mantida no patamar de 5,25% a 5,5% ao ano – a maior em 22 anos. Nas últimas 13 reuniões do Fomc, houve elevação dos juros em 11 e manutenção da taxa em duas.
Nesta semana, a autoridade monetária dos EUA divulgará, na quarta-feira, a ata da última reunião do Fomc. Dirigentes do Fed também devem fazer pronunciamentos nos próximos dias, talvez indicando os próximos passos da taxa de juros no país.
A temporada de balanços trimestrais dos bancos nos EUA começa na sexta-feira (13/10). Os primeiros a divulgarem seus resultados do terceiro trimestre serão JP Morgan, Wells Fargo e Citigroup.
China
Ainda nesta semana, a China, segunda maior economia do planeta, que está em desaceleração, também divulgará seus dados de inflação de setembro.
Na quinta-feira, será a vez do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que deve ficar em 0,3%, segundo o mercado. Já a inflação ao produtor pode recuar 2,4%, na comparação anual.
Na sexta-feira, serão conhecidos os dados da balança comercial chinesa referentes a setembro. O consenso do mercado projeta um superávit de US$ 70 bilhões, mas com queda anual de 6% nas importações e 8,3% nas exportações.