Dez anos após o falecimento, Zé do Rojão continua vivo na memória dos ouvintes
Data é lembrada por familiares com missa
Um dos pioneiros do rádio do Agreste alagoano e também considerado ícone da cultura popular, José Cícero dos Santos, o popular Zé do Rojão deixa saudades desde o dia 23 de novembro de 2013. Mas uma década depois, ele continua vivo na memória de muitos ouvintes de Arapiraca, Palmeira dos Índios e outros municípios do interior.
A data será lembrada com uma missa na igreja matriz do Santíssimo Redentor, no bairro Eldorado, em Arapiraca a partir das 19h. Familiares convidam amigos e ouvintes para a celebração.
"O legado de Zé do Rojão é o compromisso que ele tinha com a cultura, com seus ouvintes e patrocinadores. Era um homem de bem e do bem", afirma o filho dele, Jailson Matias, que afirma que o pai tinha a alegria como marca registrada.
A família de Zé do Rojão se empenha para manter viva a memória do ícone cultural. Em maio deste ano, a bisneta do comunicador, Ana Clécia se lançou na literatura com o "Cordel - Zé do Rojão", que conta a trajetória dele não só no rádio, mas também como apresentador em festas populares, cantor, e também político.
Vida e carreira
Zé do Rojão faleceu aos 75 anos vítima de insuficiência respiratória. Nasceu em 27 de fevereiro em 1938, na cidade de Taquarana e iniciou a carreira no rádio em Maceió, aos 16 anos, participando do programa dominical Vesperal das Senhorinhas, apresentado por Odete Pacheco.
Em 1960, seu timbre de voz caracteristicamente nordestino fez sucesso na participação, junto com amigos, de um programa de música regional na Rádio Clube de Arapiraca. Seis anos depois, apresentada o programa Alegre Amanhecer, das 5h às 7h, na rário Antena Publicidade, em Arapiraca.
A carreira no rádio aconteceu paralela à carreira musical, iniciada na década de 1960, com apresentações em várias cidades de Alagoas e Sergipe, onde chegou a fazer participações em programas do Canal 8 - TV Aperipê e na Rádio Liberdade de Aracaju.
No início da década de 1970 conquistou o público baiano ao participar de uma excursão promovida pelo Grupo Coringa para lançamento de produtos na Bahia, ao mesmo tempo que seu primeiro compacto "Rojão", produzido pelo maestro Jovelino Lima, começava a fazer sucesso, popularizando o nome artístico de Zé do Rojão.
Em 21 de agosto de 1976, às 5h da manhã, Zé do Rojão fazia a primeira transmissão da Rádio Novo Nordeste AM e passou a fazer companhia todas as manhãs a milhares de nordestinos. Ao mesmo tempo, por alguns anos apresentou também programa na Rádio Sampaio, em Palmeira dos Índios.
O primeiro LP, "Boca de Forno", foi lançado em 1979 em parceria com o sanfoneiro Basto Peroba, trazendo uma série de músicas juninas, que fizeram grande sucesso no período. O "Boca de Forno - Volume 2" foi lançado no ano seguinte. A carreira artística incluiu ainda mais um compactro "Zé do Rojão Canta o Novo Nordeste" e o trabalho mais recente, o CD "Zé do Rojão, Poesias Matutas", além de apresenções ao lado de grandes sucessos da música nordestina, como Genival lacerda, Trio Nordestino, Mestre Zinho, João do Pife e até mesmo Luiz Gonzaga.
Mas, além de radialista, cantor, compositor e forrozeiro, Zé do Rojão ainda entrou para a política, como vereador no município de Coité do Nóia em 1982, pelo PDS. Mas a veia cultural falou mais alto e, nem mesmo no período em que atuava como parlamentar, abandonou os microfones da rádio Novo Nordeste e em shows e festas apresentados no interior.