Profetas da chuva preveem inverno chuvoso e bom para agricultura no Sertão
Encontro promovido em Santana do Ipanema reuniu nove mestres para fazer previsões

A observação dos sinais de chuva sempre foi uma prática comum para os sertanejos que vivem da agricultura. Para eles, fartura de chuva significa fartura na roça e que não vai faltar alimento na mesa.
Neste contexto surgiram no Nordeste os "profetas da chuva", que observam o comportamento das plantas e dos animais e até fazem uma "leitura" das nuvens e dos astros para fazer previsões sobre o inverno. Eles perderam um pouco do espaço com as previsões meteorológicas realizadas com a ajuda de equipamentos e dados científicos, mas o conhecimento transmitido de pai para filho persiste e não perdeu a credibilidade.
Em Santana do Ipanema, a sexta edição do Encontro dos Profetas das Chuvas do Sertão Alagoano, reuniu nove desses sábios, que com a observação das nuvens do céu - que chamam de barras do tempo, das constelações, da floração do mandacaru e de outras árvores da caatinga, além do canto de alguns pássaros, prevê um ano de fartura no campo.
Previsões
O santanense Sebastião Damasceno, primeiro profeta a falar sobre suas previsões no evento, explicou que observa a caatinga e a natureza para prever as chuvas. Conforme sua observação, as barras do tempo - formato das nuvens - nas viradas do ano são sinais de como serão as chuvas no ano. Para o inverno de 2024 ele foi cauteloso e disse que espera chuvas moderadas.
Também natural de Santana do Ipanema, Antônio Veríssimo acompanha os sinais da natureza desde a década de 40. Ele avaliou que o inverno vai ser bom para agricultura e que as altas temperaturas são sinais de chuva.
Outro profeta no município, Cicero Cabral observou que o dia 2 de fevereiro não deu sinal de chuva, diferente do dia 12, em que choveu muito no Nordeste. Segundo ele, quando chove nestas duas datas é sinal de que o ano será de muita chuva. Ele observa também a constelação Cruzeiro do Sul e às Três Marias, e ainda o comportamento do mandacaru para reiterar que o ano será de muita chuva.
Reginaldo Teixeira, levou um pé de coco ouricuri para o encontro dos profetas das chuvas. Ele mostrou que os cachos de coco deste ano deram mais frutos que em 2023, sinal de muita chuva. Ele explicou que faz essa experiência todos os anos e que as chances de acerto são muito maiores que as de erro. Ele falou também sobre outra técnica de previsão que aprendeu com o avô. Ele enterrou uma garrafa com água e, um ano depois, desenterrou e observou que o volume do líquido se manteve igual. Para ele, isso significa que vai chover o suficiente para ter cisterna cheia.
O pernambucano Severino de França, o popular Bilbiano, também afirmou que o inverno será bom. Ele observou que em janeiro, as terras estavam "brejadas", com água em excesso, como um sinal de muita chuva. Bilbiano avisou aos agricultores para aproveitar o período em que a terra está molhada para plantar, porque terá boa colheita.
O profeta santanense conhecido como Alivan do Caracol, explicou observa os pássaros para prever as chuvas. Ele relatou que as espécies Três-Cocos, Sariema e Acuam estão cantando intensamente, sinal de chegada das trovoadas. Outra observação que ele fez foi com o comportamento das formigas. Segundo ele, todas as noites as formigas estão procurando comida para armazenar no formigueiro, sinal de que o inverno vai ser bom.
Luzinho Ribeiro, profeta que participa todos os anos do encontro falou sobre o acumulado das chuvas dos últimos anos e avaliou que a cada ano o volume de chuvas tem aumentado e que em 2024 não será diferente. Ele também avaliou que o pé de pitomba da sua propriedade deu muita fruta, que ele classifica como sinal de chuvas.
Genivaldo Vieira, mais conhecido como Geno, da cidade de Inhapi observou as barras – nuvens – que apareceram nos dias de Natal, Ano novo e lua nova de janeiro. As formas das nuvens, de acordo com ele, apontaram para um ano de muita chuva.
O educador ambiental, Ariselmo de Melo, novato no evento, analisou diversos sinais da natureza, dentre eles o mandacaru, que este ano está florando, o que, para ele, é um exemplo de muita chuva.
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