Agreste

Advogada explica funcionamento da rede de apoio à mulher vítima de violência em Arapiraca

Paula Tainá falou sobre a importância de levar informação às mulheres sobre seus direitos

Por Valeska Miranda* 20/08/2024 16h04 - Atualizado em 21/08/2024 08h08
Advogada explica funcionamento da rede de apoio à mulher vítima de violência em Arapiraca
Paula Tainá, advogada do Cramsv em Arapiraca - Foto: Reprodução

Em alusão ao Agosto Lilás, campanha de combate a violência contra a mulher, o Programa Antena Manhã desta terça-feira (20) entrevistou a advogada Paula Tainá do Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAMSV) da Prefeitura de Arapiraca.

A advogada falou sobre a importância do CRAMSV, instituição ligada à Secretaria Municipal da Mulher, que atende mulheres em situação de violência, seja ela física, psicológica, moral, patrimonial e sexual. Os atendimentos são prestados por meio de uma equipe de multiprofissionais, que inclui assistente social, psicóloga e advogada.

"Tem meses que a demanda do CRAMSV é maior que em outros. Por isso enfatizamos que mesmo quando a demanda é menor, precisamos encorajar as mulheres a procurarem seus direitos e a romperem vínculo com o agressor. É importante batermos nessa tecla, falarmos sobre a rede de apoio, para que a mulher tome conhecimento de seus direitos", declarou. 

Paula Tainá compara a violência de gênero a uma pandemia, porque mesmo com informações disseminadas sobre os direitos, a rede de proteção às mulheres vítimas de violência e sobre a punição para os agressores, o número de vítimas ainda continua a crescer. 

"Infelizmente ainda vivemos uma sociedade patriarcal. A cultura que prevalece é a do domínio do poder do homem sobre a mulher", explica.

Por conta disso, ela analisa que ações como as realizadas durante a campanha do Agosto Lilás em Arapiraca, que levou palestras educativas para empresas e unidades de saúde, são importantes para ajudarem as vítimas a quebrarem o círculo de violência. 

"Muitos homens acham que quando não estão mais na companhia daquela mulher, ela não pode se envolver com mais nenhum outro homem e, mesmo que ela não queira seguir com um outro relacionamento, eles acham que tem esse poder de ceifar a vida dessa mulher. O machismo ainda predomina", ressaltou.

*estagiária sob a supervisão da redação