Agreste

Profissionais do Hospital de Emergência do Agreste são capacitados sobre comunicação para doação de órgãos

Eles participaram do treinamento que teve como tema “A Comunicação de Más Notícias” proferida pela enfermeira Claudete Balzan

Por 7Segundos/Assessoria 05/09/2024 18h06
Profissionais do Hospital de Emergência do Agreste são capacitados sobre comunicação para doação de órgãos
Auditório ficou lotado com profissionais do HEA interessados em aprender mais sobre Comunicação de Más Notícias - Foto: Ascom

A abertura da programação do Setembro Verde do Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, contou com uma capacitação promovida pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio da Central de Transplantes de Alagoas. A atividade foi realizada nesta quinta-feira (5), no auditório do Sest Senat.

Dezenas de profissionais de diversas categorias do HEA acompanharam e participaram da atividade. O treinamento teve como tema “A Comunicação de Más Notícias”, proferida por Claudete Balzan, enfermeira do Núcleo de Educação Permanente (NEP) da Central Estadual de Transplantes de Alagoas.

O Setembro Verde é dedicado à conscientização da população em relação à importância da doação de órgãos. “Todo o processo de doação é associado a má notícia, porque fatalmente o desfecho é a morte. A gente busca, após o diagnóstico de morte encefálica do paciente, proporcionar pra família o conhecimento sobre o assunto, a elucidação do diagnóstico, que é uma coisa difícil às vezes de compreender, e facilitar esse momento tão difícil para eles, que é o momento da perda", salientou.

Claudete Balzan enfatizou que, ao realizar um bom acolhimento e esclarecimento com respeito, com dignidade, na maior parte das vezes a consequência é a doação.

"Algumas vezes isso não acontece, mas a gente não esmorece, a gente segue se aperfeiçoando, a gente segue aprendendo cada vez mais, tentando sensibilizar a população como um todo para que ela possa ter, ainda mais conhecimento e familiaridade, com o assunto”, afirmou a enfermeira do NEP da Central Estadual de Transplantes de Alagoas.

Ela salientou que a capacitação constante das equipes é praticamente uma obrigatoriedade da área, porque é necessário discutir os sentimentos, as necessidades que a família tem, uma vez que perderam um ente querido como um pai, um marido ou um filho.

"A gente precisa o tempo inteiro divulgar, sensibilizar e capacitar para que possamos ter um desempenho cada vez melhor. A gente tem mais de 500 pacientes na fila de espera de transplantes de órgãos. E é para essa população que a gente trabalha, é para eles que a gente está aqui fazendo todo esse trabalho”, explicou a enfermeira Claudete Balzan.

Doação


O coordenador médico da Organização de Procura de Órgãos (OPO), vinculada à Central de Transplantes de Alagoas, Lucas Santana, destacou que, para haver a doação, a família precisa dizer sim.

"Então é muito importante que a pessoa comunique aos familiares, aos amigos que é doadora de órgãos. E esta capacitação mostra como é possível o profissional ser o mais acolhedor possível, para que a família entenda que o momento de tristeza pode mudar a vida de outra ou outras pessoas, por meio da doação de órgãos”, frisou.

O coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do HEA, o enfermeiro Andervan Leão, citou que os investimentos em treinamentos e sensibilização das equipes de profissionais irão proporcionar um impulso importante para a comunicação com as famílias.

“Durante todo o mês de setembro vamos intensificar as ações de conscientização com os profissionais e com o público do Hospital de Emergência do Agreste. É um momento de sensibilização para que todos possam entender como um momento de dor, de perda, pode se transformar em salvação de vida, melhoria na qualidade de vida de uma pessoa que está à espera de um transplante”, argumentou.

Primeira Captação


Em maio deste ano, o HEA realizou a primeira captação de órgãos da história da instituição. Após diagnóstico de morte encefálica e cumprimento de todos os protocolos, a família do paciente autorizou a doação e o fígado pôde melhorar a qualidade de vida do paciente que estava na lista de espera.

A expectativa é que os investimentos em formação dos profissionais e de informação para a sociedade aumentem este número de doadores no HEA.

“O auditório lotado mostra como nossos profissionais estão preocupados em aprender mais sobre o tema, como estão engajados para transformar a realidade de muitas famílias. As capacitações e treinamentos vão se multiplicar e, sendo assim, poderemos levar mais informações para a população, desmistificar o assunto, estar de braços abertos para acolher e continuar salvando vidas”, afirmou a diretora-geral do HEA, Bárbara Albuquerque.