Política

Prefeitos de Alagoas devem criar comissões de transição para garantir continuidade administrativa, orienta MP

Recomendação também reforça fiscalização de promotores para evitar irregularidades no fim das gestões municipais

Por 7Segundos com Assessoria 28/11/2024 07h07
Prefeitos de Alagoas devem criar comissões de transição para garantir continuidade administrativa, orienta MP
Sede do Ministério Público de Alagoas - Foto: MP-AL

O Ministério Público de Alagoas (MP/AL) recomendou que os prefeitos dos 102 municípios do estado formem uma Comissão Mista de Transição de Governo. Essa comissão deve seguir as orientações da Resolução nº 003/2016 do Tribunal de Contas do Estado (TCE/AL) e tem como objetivo organizar a passagem de informações da atual gestão para os novos administradores que assumem em janeiro de 2025. 

A recomendação, assinada pelo procurador-geral de Justiça Lean Araújo, busca garantir que as contas públicas de 2024 sejam apresentadas de forma transparente e que não ocorram interrupções nos serviços essenciais, como saúde, educação e limpeza urbana. 

Além disso, o MP pediu que os promotores de Justiça fiscalizem o cumprimento dessa recomendação e investiguem possíveis irregularidades durante o período de transição. 

Responsabilidades dos prefeitos

Os prefeitos devem dar à comissão acesso total às informações sobre as contas públicas, projetos e programas municipais. Também precisam orientar secretários e servidores para que forneçam todos os documentos e dados solicitados. 

Outras exigências incluem: 

- Não criar despesas sem garantia de pagamento até o fim do mandato;
- Proibir a retirada de documentos importantes das sedes administrativas;
- Evitar festividades se houver atraso no pagamento de salários ou no 13º dos servidores;
- Impedir doações de bens públicos até o final da gestão.

Funções da Comissão de Transição 

A comissão será responsável por levantar documentos financeiros, patrimoniais e administrativos, incluindo: 

- Demonstrativos de saldos e restos a pagar;
- Relação de bens móveis e imóveis do município;
- Situação dos servidores, contratos e folhas de pagamento;
- Relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal e precatórios. 

Após concluir os trabalhos, a comissão deve apresentar um relatório ao atual prefeito e ao futuro gestor até cinco dias antes da posse. 

Orientação aos promotores de Justiça

O MP também reforçou o papel dos promotores na fiscalização do processo. Caso sejam detectadas irregularidades, eles devem instaurar procedimentos administrativos e adotar as medidas legais necessárias. 

O objetivo é garantir a continuidade dos serviços públicos e evitar prejuízos à população. Os promotores devem ainda informar ao procurador-geral de Justiça qualquer prática criminosa identificada. 

Além do procurador-geral Lean Araújo, assinaram a recomendação o diretor do Centro de Apoio Operacional às Promotorias (Caop), José Antônio Malta Marques, e o promotor Bruno Baptista.