Arapiraca

[Vídeo] Advogada fala sobre impasses e expectativas para desfecho do caso de gêmeos trocados na maternidade

Andamento de processo judicial depende da conclusão de inquérito policial, que teve prazo estendido, segundo a advogada Márcia Acioly

Por 7Segundos 22/12/2024 07h07 - Atualizado em 22/12/2024 08h08
[Vídeo] Advogada fala sobre impasses e expectativas para desfecho do caso de gêmeos trocados na maternidade
Advogada Márcia Acioly, que representa a família dos gêmeos - Foto: Kayque Henrique/7Segundos

O caso dos bebês que foram trocados na maternidade do Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, em Arapiraca, em 2022, segue dividindo opiniões e desafiando os advogados e a justiça a chegarem a uma decisão que contemple e agregue da maneira mais ampla possível, as necessidades das duas famílias envolvidas e, principalmente, das crianças. Assista o vídeo ao final da matéria.

A advogada Márcia Acioly, que representa o casal Débora e Suelson, pais dos gêmeos, concedeu entrevista à reportagem e falou sobre o caso. Ela acredita que apesar dos impasses envolvendo as duas famílias sobre aspectos como a troca das crianças, o caso pode ser resolvido de maneira consensual. Assista a reportagem em vídeo com a advogada ao final do texto.

O 7Segundos está fazendo uma série de reportagens especiais sobre esse e outros casos de trocas de bebês em maternidades no interior de Alagoas. Os impactos psicológicos nas crianças que foram trocadas e em suas famílias biológicas e afetivas foi o tema da reportagem do sábado (21). Nos próximos dias, vocês conhecerão histórias de outras famílias que passaram por situação semelhante. 

O caso

A troca dos bebês aconteceu em fevereiro de 2022, quando Débora Maria, de 24 anos, deu à luz gêmeos no Hospital Nossa Senhora do Bom Conselho.

Três dias depois, Maria Aparecida, de 28 anos, também teve um filho na mesma unidade de saúde. Por complicações de saúde, os três recém-nascidos foram encaminhados à UTI Neonatal, e foi nesse momento que o erro provavelmente ocorreu.

Um dos irmãos gêmeos, Bernardo, filho de Débora, foi trocado foi trocado por Guilherme, filho de Maria Aparecida.

Dois anos se passaram sem que as famílias desconfiassem da troca, até que Débora, moradora de São Sebastião, recebeu a informação de que havia uma criança em uma creche no município de Craíbas que era idêntica a um dos meninos que ela criava.

A descoberta ocorreu de maneira curiosa: uma mulher que frequentava a mesma creche viu a semelhança e decidiu contar à jovem mãe.

Débora, então, começou a pesquisar fotos nas redes sociais e ficou ainda mais intrigada com a semelhança. Em busca de respostas, ela realizou um exame de DNA que revelou que as duas crianças que ela chamava de filhos não eram irmãos biológicos, e um deles nem mesmo era seu filho.

Enquanto isso, em Craíbas, a outra família envolvida vivia sua rotina sem desconfiar de nada. Maria Aparecida, mãe de seis filhos, incluindo Bernardo, o mais novo, foi pega de surpresa ao ser chamada pelo Conselho Tutelar e informada sobre a possibilidade de que seu filho também estivesse envolvido na troca.

Inicialmente relutante, Aparecida concordou em fazer os exames de DNA, mas com uma condição: testar todas as crianças para esclarecer de vez a situação.

Os resultados confirmaram o erro: Bernardo, o menino que Maria Aparecida criava como filho, era, na verdade, o gêmeo de Gabriel, criado por Débora como irmão gêmeo de Guilherme, que na verdade, de acordo com os exames, é filho de Maria Aparecida.

A revelação trouxe alegria para ambas as famílias, mas também muita expectativa e dor, pois ambas se vêm agora envolvidas em um processo judicial que busca reparar erros e aplacar uma convivência saudável entre todos os envolvidos, visando um futuro menos dolorido e traumático possível para as crianças, que hoje estão com quase 3 anos de idade.