Religião

Quais são os próximos passos da Igreja após a morte do papa Francisco

Com velório, funeral e conclave definidos, Colégio dos Cardeais assume o governo da Igreja até a escolha do sucessor

Por Notícias ao Minuto 21/04/2025 09h09
Quais são os próximos passos da Igreja após a morte do papa Francisco
Papa Francisco - Foto: Reprodução

Com a morte do Papa Francisco, aos 88 anos e após 12 anos de pontificado, a Igreja Católica entra em um período de transição conhecido como "Sé Vacante". Esta fase marca o início dos preparativos para o funeral do pontífice e a subsequente eleição de seu sucessor, um processo complexo e ritualístico.

Governo temporário e o colégio dos cardeais:

Durante a "Sé Vacante", a Igreja é governada temporariamente pelo Colégio dos Cardeais, já que parte da cúpula do Vaticano perde suas funções. Decisões urgentes são tomadas por este órgão, enquanto o Cardeal Camerlengo, atualmente Kevin Joseph Farrell, assume um papel central na organização da transição e do Conclave, a eleição do novo Papa.

Ritos Fúnebres: "Ordem das exéquias do sumo pontífice":


O funeral segue a "Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice", um livro litúrgico com normas aprovadas por Francisco em 2024. O Camerlengo confirma a morte do Papa, retirando e destruindo o "Anel do Pescador", símbolo do papado. O corpo é velado na Basílica de São Pedro, em um caixão de madeira simples, conforme desejo de Francisco. O sepultamento ocorre entre quatro e seis dias após a morte, na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, seguindo o pedido do pontífice. Missas são celebradas por nove dias consecutivos, os "novendiales".

Conclave: Eleição do novo papa:


A eleição do novo papa, o Conclave, começa entre 15 e 20 dias após a morte do pontífice. O Colégio dos Cardeais, composto por 252 membros, sendo 138 elegíveis (com menos de 80 anos), se reúne em Congregações Gerais para discutir questões da Igreja e organizar o Conclave. Cardeais brasileiros elegíveis incluem Sérgio da Rocha, Jaime Spengler, Odilo Scherer, Orani Tempesta, Paulo Cezar Costa, João Braz de Aviz e Leonardo Ulrich Steiner.

Durante o Conclave, os cardeais ficam isolados no Vaticano, sem comunicação externa, e votam na Capela Sistina. Para ser eleito, um cardeal precisa de dois terços dos votos. Até quatro votações diárias são realizadas, com pausas para orações. Após a eleição, o novo Papa escolhe seu nome e é apresentado à multidão na Praça de São Pedro com a frase "Habemus Papam".

Fumaça branca e preta: sinais do Conclave:


A escolha do novo Papa é anunciada pela fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. Fumaça branca indica eleição, enquanto fumaça preta sinaliza nova votação. A cor é obtida pela queima dos votos com substâncias químicas específicas. A fumaça branca é acompanhada pelo toque dos sinos da Basílica de São Pedro.

Governo da Igreja durante a "Sé Vacante":


Durante a "Sé Vacante", o Camerlengo administra os bens e o Tesouro do Vaticano, enquanto o Colégio dos Cardeais discute assuntos da Igreja, sem poder alterar leis papais. Além do Camerlengo, alguns religiosos mantêm suas funções, como o Penitenciário-Mor e o Cardeal Vigário-Geral para a Diocese de Roma.