Cultura

Há 36 anos, o Brasil se despedia do Rei do Baião: Luiz Gonzaga

Natural de Exu, no sertão de Pernambuco, Gonzaga do Nascimento foi responsável por colocar o Nordeste no centro da música popular brasileira

Por 7Segundos 02/08/2025 07h07 - Atualizado em 02/08/2025 09h09
Há 36 anos, o Brasil se despedia do Rei do Baião: Luiz Gonzaga
Luiz Gonzaga, o Rei do Baião - Foto: Reprodução/Internet

Neste sábado (2), completa-se 36 anos da morte de Luiz Gonzaga, o eterno Rei do Baião. Foi em uma manhã de quarta-feira, em 1989, que o Brasil amanheceu mais triste: Luiz Gonzaga morreu no Hospital Santa Joana, no Recife, aos 76 anos, vítima de um câncer de próstata e de um quadro severo de osteoporose.

Natural de Exu, no sertão de Pernambuco, Gonzaga do Nascimento foi responsável por colocar o Nordeste no centro da música popular brasileira. Com sua sanfona, chapéu de couro e versos que falavam da seca, do sertanejo e do amor à terra, ele se tornou símbolo de uma cultura que, até então, era invisível aos olhos do Sudeste e dos grandes centros urbanos.

Mesmo doente, Luiz Gonzaga se manteve firme nos palcos até onde pôde. Em 1988, fez sua última temporada junina, cantando sentado por causa das dores. Em João Pessoa, se apresentou na Praça do Povo, ao lado do filho Gonzaguinha, que o precedeu no palco.

Já em 1989, os shows anunciados para o São João em várias cidades do Nordeste foram cancelados. O estado de saúde do artista não permitia mais. Sua morte provocou comoção em todo o país. O velório foi realizado na Assembleia Legislativa de Pernambuco, no centro do Recife, e o sepultamento ocorreu em Exu, sua terra natal.

Artista deixou um enorme legado para a cultura nordestina. Foto: reprodução/internet

Luiz Gonzaga iniciou sua trajetória de sucesso nos anos 1940, e viveu o auge da carreira entre o fim daquela década e a primeira metade dos anos 1950. Foi ao lado do advogado cearense Humberto Teixeira que compôs alguns de seus maiores clássicos, como Asa Branca, hino eterno do povo nordestino. Mais tarde, encontrou no médico Zé Dantas outro parceiro fundamental para sua obra.

Nas décadas seguintes, o movimento da bossa nova e da jovem guarda o empurrou para o ostracismo, mas foi resgatado pelo tropicalismo. Em 1972, retornou com força aos palcos com o show “Luiz Gonzaga Volta Pra Curtir”, que contou com Dominguinhos e sua guitarra elétrica.

Na década de 1980, emocionou o país ao dividir os palcos com o filho Gonzaguinha na turnê A Vida do Viajante.

Passadas mais de três décadas de sua morte, Luiz Gonzaga permanece vivo na memória do povo e no som das sanfonas que ecoam em cada festa de São João. Seu legado continua inspirando gerações de artistas e reafirmando a força da cultura nordestina em todo o Brasil.