Histórico: Uneal promove maior colação de grau coletiva de professores indígenas do Brasil
Inédito no país, graduaram-se 210 docentes de 12 etnias de Alagoas

Em um momento histórico, a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) graduou 210 novos professores indígenas do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLIND), na sexta-feira (1º), na maior colação de grau coletiva indígena já ocorrida no Brasil. A solenidade foi realizada no Centro de Convenções, em Maceió, com a presença de autoridades, familiares, amigos e sociedade civil.
A colação de grau reuniu formandos de 12, das 13 etnias indígenas do estado: Wassu-Cocal (Joaquim Gomes), Xucuru-Kariri (Palmeira dos Índios), Tingui-Botó (Feira Grande), Karapotó Plaki-ô e Karapotó Terra Nova (São Sebastião), Aconã (Traipu), Kariri-Xocó (Porto Real do Colégio), Jiripankó, Katokinn e Karuazu (Pariconha), Kalankó (Água Branca) e Koiupanká (Inhapi).
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Agora, aptos a lecionar Geografia, História, Letras, Pedagogia e Matemática, os graduados estão prontos para seguir carreira.
Marcada pela valorização dos povos originários, a solenidade teve falas e momentos marcados pela emoção e manifestação cultural dos povos que finalizaram a cerimônia com o tradicional toré e trouxeram símbolos da sua ancestralidade, como os belos cocares da cabeça que têm profundo significado para cada etnia.
A oradora da formatura, Manoela Suíra de Souza, destacou a relevância da educação "Somos etnias distintas, com características próprias, porém todos juntos com um só objetivo: lutar por uma educação que respeite, valorize e fortaleça nossas identidades, nossa cultura e tradições. Uma educação que seja verdadeiramente nossa e diferenciada. O Clind abriu espaço para a diversidade cultural e para inclusão dos povos indígenas na Universidade e, consequentemente, na sociedade brasileira", afirmou.
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O reitor da Uneal, Odilon Máximo, celebrou a realização da colação de grau e frisou a importância de formalizar a carreira de professor indígena. “Este é um momento de muita felicidade para todos nós da Uneal. Temos agora número suficiente de docentes para formar a carreira de professor indígena. Uma demanda de nossos docentes indígenas que poderão, quando a lei for aprovada, fazer concurso público na área. Alagoas e nossos povos originários merecem essa conquista”, disse.
Para o vice-reitor da Uneal, Anderson Barros, “esta cerimônia é um marco histórico para o Brasil, para Alagoas e, sobretudo, para os povos originários que aqui celebram a conquista do conhecimento sem abrir mão da identidade. Pela primeira vez, 210 indígenas de 12 etnias distintas colam grau juntos em uma universidade pública. É mais do que uma formatura: é um ato de resistência, de afirmação cultural e de reparação histórica”.
A coordenadora geral do Clind, Iraci Nobre, ressaltou a importância do financiamento do curso pelo Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) que foi ofertado gratuitamente durante os cinco anos de duração.
O vice-governador Ronaldo Lessa exaltou o papel do Fecoep. “Traz-me uma felicidade muito grande em ver essa solenidade. Quem paga isso aqui? Não é o Governo Federal, é o Fecoep”. E completou: “Não tem uma forma mais importante de combater a pobreza e a desigualdade do que o ensino. É através do ensino, que a gente liberta o ser humano”.
Já o deputado estadual Silvio Camelo se comprometeu a destinar R$ 50 mil para a impressão do livro “Indígenas de Alagoas”. Também garantiu que irá se empenhar na Assembleia Legislativa para a criação da carreira de professor indígena e apoiar a continuidade do programa, com um mais um curso.
Lançamento de livro
A Editora da Uneal (Eduneal) lançou a obra “Indígenas de Alagoas”, organizada pelos professores José Adelson Lopes Peixoto e Renildo Ribeiro-de-Siqueira, com trabalhos escritos por pesquisadores indígenas de todo o estado que retomam a história de 12 etnias do território alagoano, dando visibilidade e resgatando registros de trajetórias e personagens.
Sobre o Clind
O Clind, financiado pelo Governo do Estado de Alagoas, através do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), é um programa especial da Uneal destinado à formação de professores da rede básica de ensino no qual a cultura dos povos é reconhecida, respeitada e inserida nas salas de aulas. As aulas ocorreram nos polos do Agreste, Baixo São Francisco, Sertão e Zona da Mata.
O Clind teve o apoio ainda da Seplag, Escola de Governo, Funai, prefeituras e secretarias de educação.
Estiveram presentes à solenidade a Superintendente da Escola de Governo, Emanuela Trindade (representando a secretária Paula Dantas); a secretária Executiva de Educação- Sandra Vitorino (representando a secretária Roseane Vasconcelos), a pró-reitora de Graduação e coordenadora do curso de geografia/Polo Agreste, Rosa Lima, além de membros da equipe gestora da Uneal, representante da Funai, Cicero Albuquerque, prefeitos e parlamentares.
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