Justiça

Destino turístico dos Cânions do São Francisco pode ser demolido por ordem judicial

Justiça já concedeu decisões favoráveis ao órgão federal, que aponta construções irregulares em área às margens do rio São Francisco

Por Lane Gois 08/09/2025 19h07
Destino turístico dos Cânions do São Francisco pode ser demolido por ordem judicial
ocupações irregulares - Foto: Reprodução

Um dos principais polos turísticos do Sertão alagoano pode estar com os dias contados. O complexo turístico de Olho d’Água do Casado, porta de entrada para os passeios nos famosos Cânions do São Francisco, corre o risco de ser demolido, após uma ação movida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Justiça Federal.

O Incra entrou com pedidos de reintegração e manutenção de posse da área, alegando ocupações irregulares em terrenos sob jurisdição do órgão. Em algumas ações judiciais, o instituto já obteve decisões favoráveis, o que acende um alerta para empreendedores e moradores da região.

Entre as construções questionadas estão a Prainha da Dulce – principal ponto de embarque de turistas rumo aos cânions –, além de bares, restaurantes e outras edificações situadas às margens do rio São Francisco. O relatório do Incra também aponta irregularidades em estruturas construídas ao longo da rodovia Portal dos Cânions, inaugurada em 2020, durante a gestão do então governador Renan Filho.

Segundo documentos do processo, a prefeitura de Olho d’Água do Casado tinha conhecimento da situação desde 2021, mas, diante da iminência de demolições, passou a buscar alternativas apenas agora, na tentativa de reverter o cenário.

Impacto econômico e social


O possível fechamento do complexo preocupa empresários do setor turístico, moradores locais e visitantes. A região dos Cânions do São Francisco vem registrando crescimento acelerado no fluxo de turistas nos últimos anos, consolidando-se como um dos destinos mais procurados em Alagoas e no Nordeste.

Caso a decisão judicial seja executada, a economia local pode sofrer um impacto severo e irreversível, já que boa parte da renda do município gira em torno do turismo ecológico e dos serviços associados aos passeios fluviais.

Até o momento, a prefeitura ainda não divulgou um plano oficial para tentar impedir as demolições, mas articulações políticas e jurídicas estão em andamento. O caso segue sob análise da Justiça Federal.

*Estagiário sob supervisão