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Vídeo de Zagallo criticando filhos acirra briga por herança: ‘valem nada’

Gravação mostra o ex-técnico afirmando que três dos quatro filhos "só pensam em dinheiro" e defendendo ter feito o testamento "de livre e espontânea vontade"

Por Veja 20/10/2025 16h04 - Atualizado em 20/10/2025 16h04
Vídeo de Zagallo criticando filhos acirra briga por herança: ‘valem nada’
Zagallo em família em seu aniversário de 92 anos - Foto: Reprodução

Um vídeo gravado em 2016 no momento em que Mário Jorge Lobo Zagallo assinava seu testamento veio à tona e acirrou ainda mais a disputa judicial entre os herdeiros do ex-técnico da Seleção Brasileira, que morreu em janeiro de 2024, aos 92 anos. A gravação foi anexada ao processo que trata da divisão da herança e mostra o ídolo do futebol fazendo críticas duras a três de seus quatro filhos.

Durante a conversa com a tabeliã no cartório, Zagallo confirma os nomes dos filhos — Marília Emília, Paulo Jorge, Maria Cristina e Mário César — e, em seguida, interrompe a funcionária para desabafar:

“Infelizmente, os três filhos não valem nada. Vou escrachar mesmo. Tive quatro filhos, e três só estão visando o dinheiro.”

Na gravação, ele afirma que alguns dos filhos chegaram a questionar sua sanidade e o acusaram de ser “demente”. O ex-treinador rebateu de forma firme:

“Querem dizer que sou demente. Eu não sou demente. Sou lúcido e sei o que estou fazendo.”

Zagallo elogia apenas o filho Mário César, dizendo que foi o único que o acompanhou nos últimos anos, cuidando da casa, levando-o ao médico e auxiliando nas tarefas cotidianas.

“Só Mário César me ajuda. Os outros três não aparecem. Só pensam no dinheiro. Não quero mais vê-los.”

Ao ser questionado pela tabeliã se estava agindo por vontade própria, o ex-técnico reafirma:

“Totalmente. Ninguém me obriga a nada. Estou fazendo isso porque quero. De livre e espontânea vontade.”

O vídeo, que ficou sob sigilo por anos, é agora uma peça central no processo. Três dos filhos — Marília Emília, Paulo Jorge e Maria Cristina — questionam a validade do testamento, alegando que houve omissão de bens e investimentos no exterior, além de afirmarem que o pai não teria plena capacidade mental à época da assinatura.

Já o filho Mário César, nomeado inventariante, usa a gravação como prova de que o ex-treinador estava lúcido e consciente de suas decisões. Segundo a reportagem da revista VEJA, o conteúdo da filmagem deve pesar a favor dele na disputa judicial.