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Pesquisa: 8 em cada 10 moradores de favelas no Rio aprovam megaoperação

Levantamento AtlasIntel aponta que 87,6% dos residentes de comunidades cariocas apoiam a ação que terminou com 121 mortos

Por CNN Brasil 31/10/2025 17h05
Pesquisa: 8 em cada 10 moradores de favelas no Rio aprovam megaoperação
Em resposta à atuação policial, criminosos do CV também utilizaram tecnologia, sendo flagrados arremessando bombas em uma comunidade através de um drone - Foto: Reprodução/Redes sociais

Uma pesquisa da AtlasIntel divulgada nesta sexta-feira (31) mostra que 8 em cada 10 moradores de favelas na cidade do Rio de Janeiro apoiam a megaoperação contra o Comando Vermelho feita nos complexos da Penha e do Alemão na última terça (28). A ação, que é a mais letal da história do país, terminou com 121 mortos.

Os dados mostram que 87,6% dos moradores de favelas cariocas aprovam a megaoperação, 12,1% a desaprovam e 0,3% não sabem ou não quiseram responder.

Em contrapartida, no restante da população carioca, a aprovação é de 55%, e a desaprovação alcança 40,5%, com 4,5% não sabendo responder. A disparidade sublinha uma percepção e experiência distintas entre os grupos sociais em relação à eficácia ou impacto dessas operações.

Em âmbito nacional, a aprovação entre os moradores de favelas também supera os 80%, indicando um consenso nessas comunidades.

Cenário nacional reflete tendência carioca

No cenário nacional, a pesquisa aponta um forte apoio às operações nas favelas, com 80,9% dos moradores de comunidades em todo o país aprovando a ação, e 19,1% desaprovando.

Quando comparado ao restante da população brasileira, que não residem em favelas, a aprovação cai para 51,8%, enquanto a desaprovação chega a 45,4%, e 2,8% não souberam responder.

Relembre operação

A megaoperação policial "Contenção" foi realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na terça-feira (28). A ação conjunta das Polícias Civil e Militar, que utilizou cerca de 2.500 agentes, visava combater a expansão territorial do CV (Comando Vermelho) e cumprir aproximadamente 100 mandados de prisão contra lideranças, incluindo 30 de outros estados.

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A operação resultou no saldo de 121 mortos, superando o Massacre do Carandiru e tornando-se a mais letal da história do país. Entre os 113 presos, estava Thiago do Nascimento Mendes, o "Belão", braço direito do líder do CV, "Doca". Foram apreendidas 118 armas, sendo 91 fuzis.

O dia da operação foi marcado por intensos confrontos e "caos" na cidade, com o fechamento de escolas e desvios de transporte público.

Diante da crise, o governo federal e estadual anunciaram a criação de um escritório conjunto para intensificar a cooperação no combate ao crime organizado.