Justiça

Médica que matou ex-marido tem prisão preventiva decretada após audiência de custódia

Audiência de custódia foi realizada na tarde desta segunda-feira (17)

Por Giulianna Albuquerque 17/11/2025 17h05 - Atualizado em 17/11/2025 17h05
Médica que matou ex-marido tem prisão preventiva decretada após audiência de custódia
Nádia Tamires, médica que matou a tiros ex-marido, também médico, em Arapiraca - Foto: Reprodução

A Justiça de Alagoas converteu, na tarde desta segunda-feira (17), a prisão em flagrante da médica Nádia Tamires em prisão preventiva. A decisão foi tomada pela juíza Bruna Saback de Almeida Rosa, da 15ª Vara Criminal, durante audiência de custódia realizada no Fórum Jairon Maia Fernandes, em Maceió.

Nádia Tamires confessou ter atirado e matado o ex-marido, o médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, de 41 anos, nesse domingo (16). O crime ocorreu dentro de um carro estacionado em frente a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no Sítio Capim, zona rural do município. Ela foi detida poucas horas depois, enquanto seguia para Maceió.

Em entrevista na sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a médica afirmou que agiu por medo e que acreditava estar diante de uma emboscada. Segundo ela, Alan havia descumprido uma medida protetiva em vigor e se aproximado da residência dela no momento em que ela saía para ir a um salão de beleza. Porém, a Polícia Civil descartou que ela tenha agido em legítima defesa

“As imagens mostram que a autora desceu do carro já armada e apontando para a vítima. Após uma breve discussão, ela efetuou vários disparos, impossibilitando qualquer chance de defesa”, afirmou o delegado Daniel Scaramello, da Unidade de Atendimento ao Local de Crime 1 (UALC 1), da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Nádia relatou que denunciou o ex-marido há mais de um ano por abuso sexual de vulnerável cometido contra a filha do casal. Ela afirmou que desde então vinha recebendo ameaças tanto de Alan quanto de um primo dele, que também estava incluído na medida protetiva.

“Eu achei que eles estavam ali fazendo uma emboscada para mim, então eu me defendi. Ele não podia chegar perto de mim a menos de 300 metros. O que ele estava fazendo na esquina da minha casa?”, disse.

A médica também afirmou que possuía porte e posse de arma de fogo, concedidos pela polícia em razão de residir em área rural.

Com a decisão, a médica será conduzida ao Presídio Feminino Santa Luzia. A investigação segue sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios.