Justiça

Após transferência ao DF, Silvinei já está preso na Papudinha

Ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi preso na sexta-feira (26/12) no Paraguai

Por Metrópoles 27/12/2025 18h06
Após transferência ao DF, Silvinei já está preso na Papudinha
Ele foi condenado a mais de 24 anos de prisão por tentativa de golpe de estado e foi pego no Paraguai, na sexta (26), tentando fugir para El Salvador - Foto: Reprodução

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, que desembarcou em Brasília (DF) neste sábado (27) em voo da Polícia Federal, foi levado ao 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (19º BPM), a Papudinha, para cumprir sua prisão preventiva. Ele foi condenado a mais de 24 anos de prisão por tentativa de golpe de estado e foi pego no Paraguai, na sexta (26), tentando fugir para El Salvador.

Até sexta, Silvinei não tinha mandado de prisão em aberto, ainda que já estivesse condenado. Ele aguardava o desfecho da condenação no STF pela tentativa de golpe de Estado. Embora estivesse em liberdade, o ex-diretor da PRF não poderia deixar o país e era monitorado por tornozeleira eletrônica. Como houve a tentativa de fuga, o ministro da Corte Suprema Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Silvinei.

Tentativa de fuga

•Silvinei cumpria medidas cautelares em Santa Catarina, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de deixar o país.

•Com a violação do equipamento de monitoramento, alertas foram emitidos às autoridades brasileiras e internacionais.

•Silvinei, no Paraguai, tentou embarcar com documentos falsos para o Panamá, com El salvador como destino final.

•A tentativa, no entanto, já era monitorada, e a adidância da PF no Paraguai havia comunicado previamente a polícia local.

Silvinei foi detido na madrugada da sexta-feira (26), no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, quando tentava embarcar em um avião que passaria pelo Panamá e teria como destino final El Salvador.

Conforme as investigações, Silvinei foi preso quando tentava embarcar com um passaporte falso passando-se por cidadão paraguaio, com o nome de Julio Eduardo Fernandez. A prisão foi realizada por agentes locais. A documentação falsa tinha o intuito de burlar os controles de imigração.

Silvinei foi condenado a 24 anos e 6 meses de prisão pelo STF por integrar o núcleo 2 da trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. No decorrer da fuga, o ex-diretor da PRF teria rompido a tornozeleira eletrônica e deixou o Brasil, supostamente, pela fronteira com o Paraguai.

Transferência para o Brasil

Após a prisão feita pela polícia do Paraguai, Silvinei foi entregue às autoridades brasileiras em Foz do Iguaçu (PR), na noite da sexta. Ele foi levado de carro de Ciudad del Este até a fronteira.

O encaminhamento de Silvinei ao Brasil foi realizado em cumprimento à expulsão sumária do brasileiro, após negociação entre as autoridades diplomáticas dos dois países. Sob custódia das autoridades da terra natal, Silvinei passou a noite em Foz do Iguaçu (PR).

O ex-diretor da PRF decolou de Foz do Iguaçu (PR) por volta das 10h e chegou à capital federal por volta das 13h15. Depois foi transferido para o 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (19º BPM), a Papudinha, para cumprir a prisão preventiva decretada por Moraes.

Acusação

Conforme a Procuradoria-Geral da República (PGR) expôs em denúncia à Justiça, Silvinei Vasques integrou o núcleo 2 da trama golpista e teria coordenado ações que dariam suporte ao plano de golpe de Estado. Ele chegou a ser preso preventivamente em 9 de agosto de 2023, mas foi solto no último dia 8 de agosto por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.

A investigação da trama golpista apontou que Silvinei coordenou a realização de bloqueios em rodovias, no dia da eleição em 2022, cujo objetivo era dificultar a votação em distritos eleitorais onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria a preferência do eleitorado. A ação foi enquadrada como crime de prevaricação e violência política.

Após a tentativa frustrada de fuga de Silvinei, Moraes determinou a prisão domiciliar contra 10 condenados pela trama golpista no STF. Os mandados são cumpridos pela PF no Distrito Federal e em sete estados.

Veja a lista dos dez mandados de prisão domiciliar:


Filipe Martins – ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

Ângelo Martins Denicoli – major da reserva do Exército

Marília Ferreira de Alencar – ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça

Carlos Rocha Moretzsohn – presidente do Instituto Voto Legal (IVL)

Ailton Barros – major do Exército

Guilherme Marques Almeida – tenente-coronel do Exército

Sérgio Cavalieri – tenente-coronel

Bernardo Romão Correa Neto – coronel

Fabrício Moreira de Bastos – coronel

Giancarlo Rodrigues – subtenente