É lamentável, angustiante ver todos os dias jovens estudantes que durante anos fazem todo o tipo sacrifício para conseguir uma formatura. Esses, saem de Messias às 17h30, chega a faculdade por volta das 19h, voltam às 23h e, na maioria das vezes sem ter jantado, muitos não têm dinheiro para o lanche. São várias horas por dia estudando, se dedicando, se qualificando, com o único objetivo de ingressar no serviço público através de concurso.

Jovens que se deslocam até Maceió, passando por dificuldades diversas para conquistar, através de concurso público, o tão sonhado emprego, porém, esse  sonho de centenas dessas pessoas tem se tornado um pesadelo. Depois de muito sacrifico rompendo a madrugada estudando e se preparando a espera da realização do concurso público, lamentavelmente, o que se vê são pessoas ingressando em funções públicas através do vergonhoso apadrinhamento político. Isso explica a péssima qualidade do serviço público no Brasil e, em e especial, nas prefeituras brasileiras.

Nas administrações - principalmente municipais -, a coisa funciona da seguinte maneira: o candidato a prefeito para se eleger e conquistar votos faz todo o tipo de acordo e, certamente, um deles é o oferecimento de emprego e vantagens pessoais em caso de vitória. Negocia o que está ou não ao seu alcance e 'vende a própria alma' para chegar ao poder.

Ao invés de preencher as lacunas existentes na administração pública através da meritocracia, ou seja, do concurso público, eles - os gestores -, usam os cargos existentes na prefeitura como moeda de troca; e onde ficam aqueles que tiveram todo o tipo desgaste – físico, financeiro, psicológico, se preparando na esperança de entrar no serviço público através do tão sonhado concurso, ao ver pessoas despreparadas, incapacitadas, na maioria das vezes desqualificadas profissionalmente, exercendo uma função que poderia ser delas? Nesse caso, para que serviram os vários anos se debruçando sobre os livros?

Lamentavelmente, isso é uma praga, um mal que assola a classe política; entra e sai prefeito e nada muda nas administrações espalhadas por esse Brasil. Eles - prefeitos - usam uma cantilena enfadonha e mentirosa ao dizer que vão priorizar o concurso público e que essa será uma das primeiras medidas a serem adotadas; tudo falácia, balela, mentira, e o pior: a coisa se repete a cada ano e o chamado ‘cabide de emprego’, o apadrinhamento político entram em cena em todas as administrações, em detrimento da meritocracia. 

Em Messias, em um passado não muito distante, houve casos de funcionários do alto escalão que ‘desenhavam’ o nome ou colocava a digital nos documentos, um verdadeiro absurdo e descaso para com aqueles que estudaram, se dedicaram e se qualificaram; uma falta de vergonha e de respeito para com a população. Isso é lamentável!