Blog do Roberto Ventura
Uma ideia inoportuna, inadequada, absurda e tendenciosa
Os homens que decidem por trás de um birô, engravatados, em seus confortáveis e luxuosos gabinetes, não sabem absolutamente nada de como é o dia a dia de um policial no combate ao crime, tanto na ativa como na inatividade.
Esses nunca estiveram frente a frente e nem trocaram tiros com marginais, nunca colocaram na cadeia bandidos de alta periculosidade, e aí se incluem os marginais da pior espécie: os de colarinho branco.
Decidir sentado confortavelmente em uma cadeira é magnifico; seria interessante que esses que assim procedem fossem para as ruas, para o enfrentamento e ficar cara a cara com o marginal.
O policial quando sai para as ruas, não tem a certeza de voltar para o seu lar, para o convívio de seus familiares. A incerteza de que poderá não mais voltar é um tormento, uma tortura psicológica para os agentes da lei.
Nem mesmo nas horas de folga o policial estará seguro. Ele jamais estará livre de sofrer qualquer tipo de agressão e até mesmo serem assassinados por conta de sua atuação no combate a criminalidade, como diariamente ocorre nesse país dos equívocos e da inversão de valores chamado Brasil, onde, desarma-se o policial e arma-se os bandidos.
Os bandidos, as bestas humanas esperam tão somente um vacilo para poder atacá-lo, trucida-lo, e é justamente no gozo de sua aposentadoria, no momento de descuido que ele fica mais fragilizado sem à proteção do Estado, onde, nesse momento, ele necessita de maiores cuidados, sobretudo, ficar atento para se proteger.
O policial na ativa enfrenta todo o tipo de adversidade, colocando em risco a sua vida e a de seus familiares e, após a aposentadoria, não ter o direito de portar arma, ficando vulnerável a ação de foras da lei, só na cabeça de quem também não conhece, não sabe ou não quer saber da realidade das ruas ou nunca ficou na frente de um bandido com a arma apontada para a sua cabeça, ou quando um marginal faz a família de um policial refém ou quando um policial arrisca sua própria vida para defender a vida de terceiros.
Quem irá assumir a responsabilidade e responder judicialmente, caso o policial seja abatido a tiros e, depois das investigações seja comprovado que, se ele estivesse armado, provavelmente o crime não teria acontecido, poderia ter sido evitado, teria preservado a sua vida e/ou a de terceiros,
Uma lei inoportuna, inadequada, sensacionalista, de quem realmente está à procura de promoção pessoal, e não se importa com a vida do policial, aquele que deu tudo de si em prol da sociedade.
Em atividade, investiga mafiosos, traficantes de alta periculosidade, é ameaçado por facções, coloca na cadeia toda essa cambada, e após a aposentadoria ter que andar desarmado por conta de uma ideia das mais absurdas, tendenciosa e inoportuna, isso é desestimular o policial no combate à criminalidade do dia a dia.
Trinta anos – as vezes mais - servindo e protegendo a sociedade, combatendo os fora da lei, o crime organizado, traficantes, quadrilheiros e depois de tudo isso não ter o direito de portar uma arma, isso é um absurdo. É uma lei oportunista, demagoga, inescrupulosa e mal-intencionada.
De acordo com um noticioso nacional, o Ministro da Justiça teria apresentado uma proposta ou decreto dizendo que, a “partir de 23/03/2023, será retirado o porte de armas de policiais militares inativos de todo o Brasil, além de implementar no mesmo decreto o porte de armas, apenas em serviço, dos ativos”. É verdade que essa proposta ou decreto caso venha a acontecer, irá abrir jurisprudências para as outras polícias (civil e federal).
Como perguntar não ofende: e quem irá combater essa suposta transgressão? A polícia? Será que a polícia vai desarmar a própria polícia? Não custa nada lembrar da lei que proíbe o uso de algemas depois de o elemento preso. Alguém já viu algum bandido ou suspeito de cometimento de crimes sem estar algemado? Durma com um barulho desse e se acorde de boa cara!
Sobre o blog
Roberto Ventura: Bel. em Ciências Sociais ( Cientista Político), Jornalista, Radialista, Pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Marketing, cursou Marketing Político, Ex-Arbitro de Futebol Profissional