Futebol

Elogiando organização financeira do Ceará, Prass não deixa de pontuar troca constante de treinadores

Goleiro também avaliou que, se até o início de junho as competições não puderem retornar, o estadual precisará ser sacrificado

Por Terra 03/04/2020 17h05
Elogiando organização financeira do Ceará, Prass não deixa de pontuar troca constante de treinadores
Fernando Prass - Foto: Lancenet.com.br

Em longa entrevista que concedeu ao canal no YouTube do jornalista Alexandre Praetzel, o goleiro Fernando Prass demonstrou toda a sua eloquência e sinceridade quando abordado sobre temas que estão "em alta" mediante a paralisação do futebol pelo novo coronavírus.

Para ele, o fato do Ceará viver uma realidade financeira positiva como consequência da atual administração é digna de elogios.

Contudo, ele nem por isso deixou de pontuar que a constante troca no comando técnico da equipe em 2020 (Argel Fucks e Enderson Moreira já saíram da equipe que será dirigida por Guto Ferreira) prejudica bastante o desenvolvimento do trabalho:

- Eu nunca tinha trabalhado aqui, mas encontrei um clube que está se modernizando e se estruturando. É um clube que está em constante evolução, estou tentando ajudar também. Financeiramente, não tem dívidas, isso no Brasil é único. Agora está em um momento de investimento no futebol, tanto que tem o maior orçamento da história esse ano, e em estrutura física.

- Pelo pouco tempo que tinha (pouco mais de um mês) e pelo que o trabalho estava surtindo efeito, estávamos conseguindo encaixar peças, sistema de jogo, em franca evolução e agora vai para o terceiro técnico, isso dificulta as coisas - reconhece.

O arqueiro de 41 anos de idade que chegou no começo da temporada ao Vozão também disse que não concorda com a forma que foi feita a avaliação de prejuízo dos clubes brasileiros além de dar a sua opinião sobre a necessidade ou não de serem feitas adaptações no calendário.

- Eu só discordei, nessa negociação toda, que com cinco dias os clubes conseguissem fazer um prognóstico do déficit orçamentário que iam ter. Chegaram no número de 25% e todos os times do Brasil precisavam disso. Então a gente não aceitou a totalidade do acordo. Nosso proposta era aceitar as férias em abril e no fim do mês, quando os clubes já vão ter noção da relação com os patrocinadores, quem vai atrasar, quem não vai, quem vai precisar reduzir e quando se terá uma noção de inadimplência no programa de sócios-torcedores, aí vão poder conversar com CBF e TV. CBF vai se posicionar sobre o calendário, que vai definir o pagamento das cotas, que é a maior fonte de receitas dos clubes. Depois disso, cada clube negocia sua necessidade - disse.

- Aqui (no Campeonato Cearense) tem uma distorção muito grande por causa da Copa do Nordeste, então para alguns times faltam dois jogos, para outros três, não tem o mesmo número, É muito cedo (para encerrar), a gente tem que esperar no mínimo até o fim de abril ou começo de maio para ver se até lá tem uma situação mais clara do que pode ser o calendário. Se não voltar a até o meio de maio ou junho, é impossível, porque ninguém vai ser hipócrita de achar que (os clubes) vão querer sacrificar parte do Brasileiro, mudando a fórmula para terminar os Estaduais - finalizou.