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'Se houve um golpe, foi contra o CSA': Mirian Monte apresenta defesa após acusações de gestão temerária

Segundo a ex-presidente, empréstimos realizados foram necessários para movimentar o fluxo de caixa do clube e que eles ocorreram em um momento crítico

Por Wanessa Santos 23/09/2025 13h01 - Atualizado em 23/09/2025 13h01
'Se houve um golpe, foi contra o CSA': Mirian Monte apresenta defesa após acusações de gestão temerária
Mirian Monte ficou um ano e cinco meses na presidência do CSA - Foto: Allan Max/CSA

Afastada da presidência do CSA em meio a acusações de ter contraído empréstimos sem autorização formal do Conselho Deliberativo, Mirian Monte usou a entrevista concedida nesta terça-feira (23), à rádio CBN, para expor sua versão. Ela cumpriu a promessa feita na véspera e listou, ponto a ponto, os argumentos em sua defesa.

Logo no início, Mirian rebateu a narrativa de que teria atuado à revelia do clube. “Se houve um golpe, não foi contra mim, foi contra o CSA”, afirmou.

Segundo a ex-presidente, os empréstimos realizados foram necessários para movimentar o fluxo de caixa do clube e que eles ocorreram em um momento crítico, quando havia risco de rebaixamento e até de declaração de falência. “Naquele momento, era necessário salvar o clube. Foram feitos empréstimos sem juros, com conselheiros, diretores e até mesmo torcedores. Todos devidamente pagos”, disse.

Lista de valores emprestados


Mirian apresentou nominalmente os colaboradores e os montantes repassados ao CSA, destacando que todos foram ressarcidos no mesmo valor. Entre eles:

Rosiel Caetano – R$ 100 mil
Katiano Caetano – R$ 100 mil
Fábio Loureiro – R$ 130 mil
Robson Rodas – R$ 376.250
Carlos Bruno Versoza – R$ 50 mil
Elsio Luiz Palmeira Tenório de Lima – R$ 5 mil
Valdenilsson de Barros Araújo – R$ 4.800

Além desses, a ex-presidente confirmou um contrato firmado em 22 de julho de 2024 com a empresa FPG Capital, Fector e Cobranças, no valor de R$ 200 mil, que ao final foi quitado por R$ 260 mil, acrescido de juros de 3%, percentual que, segundo ela, está dentro da prática de mercado. O superintendente administrativo Elsio Tenório atuou como avalista dessa operação.

Relação com o Conselho


Em relação à exigência de autorização do Conselho Deliberativo, Mirian afirmou que havia respaldo. “A autorização foi dada no dia 8 de julho, permitindo contrair até R$ 2 milhões em empréstimos. O contrato com a Fector foi assinado no dia 22 de julho. Os demais empréstimos são mútuos, operações comuns do dia a dia”, explicou.

Ela ainda disse não ter sido oficialmente notificada das acusações. “Soube de tudo pela imprensa. Nunca me solicitaram informações. Ninguém nunca me procurou”, declarou.

Mirian reforçou que as medidas foram tomadas para manter o fluxo de caixa em um período considerado “crítico” na gestão do clube. Cada centavo usado foi para o próprio CSA. Não houve benefício pessoal”, concluiu.

Com a defesa exposta, a expectativa é de que os próximos passos dependam do posicionamento oficial do Conselho Deliberativo e do andamento das apurações internas.