Região Metropolitana de Maceió

Casal gaúcho acusado de mandar matar advogado é preso

Por PC\AL 17/03/2014 15h03
Casal gaúcho acusado de mandar matar advogado é preso

A Polícia Civil de Alagoas revelou na tarde desta segunda-feira (17) detalhes sobre as investigações da tentativa de assassinato sofrido pelo advogado Marcos André Deus de Félix, 40 anos, ocorrida na sexta-feira (14), no Francês, em Marechal Deodoro.


O delegado-geral Carlos Reis, que coordena as investigações, juntamente com o delegado distrital de Marechal Deodoro, Jobson Cabral, confirmou a prisão do casal Janadares Sfredo e Sérgio Sfredo, suspeitos de serem os autores intelectuais do atentado.


Os dois foram presos na manhã de domingo (16), em cumprimento a mandado de prisão temporária, expedido pelo juiz plantonista Carlos Eduardo Canuto, durante operação que teve a participação de agentes que farão parte da Oplit (Operação Policial Litorânea), da Delegacia Geral e do Núcleo de Inteligência (NI) da Polícia Civil.


A prisão foi solicitada pelos delegados que coordenam as investigações, e teve parecer favorável do promotor Givaldo Lessa, também de plantão.Janadares é agente penitenciária do Rio Grande do Sul, e proprietária da pousada Ecos do Mar, em Marechal. Segundo a polícia, ela já responde a outro processo na Justiça gaúcha.


As investigações apontam ainda que, pelo menos, outras quatro pessoas estariam envolvidas no crime.Uma delas é um homem identificado como “Júnior” que teria dirigido o automóvel Celta, cor prata, que conduziu os pistoleiros até o local do crime.


“Júnior” é namorado de uma jovem de nome Flávia, camareira da pousada pertencente a Janadares, e que se encontra desaparecida. A mãe de Flávia, a senhora Maria das Dores dos Santos, procurou a Polícia Civil na manhã desta segunda-feira para denunciar o desaparecimento da filha, informando que ela foi levada de sua casa por Janadares Sfredo, por volta das 6 horas da manhã do sábado, e até o momento não foi localizada e nem fez qualquer contato.


Desde às primeiras horas de hoje, os delegados que comandam as investigações ouvem os depoimentos da senhora Maria das Dores e de parentes da vítima, na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil, no bairro de Jacarecica.


Conforme as investigações, a motivação do crime vem de uma inimizade entre Janadares e o advogado, iniciada desde 2010. A agente penitenciária foi intermediária, na época, da locação da pousada Lua Cheia ao casal Elton José Bordin e Jocinara Pillon Bordin, que pagou apenas o aluguel apenas dois ou três meses, indo embora de Alagoas e deixando Janadares como administradora.


O italiano tentou por diversas vezes receber o aluguel que lhe era devido, sem êxito.
Como não conseguia uma solução amigável, Pietro contratou os serviços advocatícios de Marcos André para mover uma ação de despejo para reaver o imóvel. A ação de reintegração de posse foi decidida pelo juiz Leo Dennisson Bezerra de Almeida, da Comarca local, que em caráter liminar determinou a desocupação voluntária, num prazo de cinco dias.


O próprio advogado levou a ordem judicial ao conhecimento de Janadares que, na ocasião, teve discussão acalorada com a vítima e permaneceu ocupando o imóvel. Algum tempo depois, na presença de um oficial de Justiça, do advogado e da força policial a ordem foi cumprida.


Este fato teria aumentado a insatisfação de Janadares que, a partir daí, passou a perseguir o advogado com inúmeras provocações. A ex-agente e o marido, após deixarem a Lua Cheia, alugaram outra pousada – a Eco do Mar – também no povoado do Francês, em Marechal, permanecendo sempre com as perseguições que culminaram com o atentado no último dia 14.
O delegado-geral informou que a Polícia Civil vem trabalhando no caso desde o momento em que tomou conhecimento do atentado, inclusive durante todo o final de semana, o que resultou na prisão dos suspeitos.


Ele disse ainda que as investigações continuam visando a prisão de todos os envolvidos no crime