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Desemprego atinge jovens: escolaridade aumenta, mas remuneração não avança

Taxa de ociosidade entre juvenis de 18 a 24 anos chegou a 24,1% no primeiro trimestre de 2016

Por Anne Caroline Bomfim 19/05/2016 18h06
Desemprego atinge jovens: escolaridade aumenta, mas remuneração não avança
- Foto: Reprodução/Internet

A taxa de desemprego entre os jovens que estão entrando no mundo do trabalho aumentou e alcançou uma marca de 24,1% no primeiro trimestre de 2016. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e foram divulgados nesta quinta-feira (19). Diante dessa realidade nada animadora, a juventude aposta, cada vez mais, nos estudos e na qualificação profissional a fim de aumentar as chances de empregabilidade.

O nível de escolaridade pode até ter aumentado. Entretanto, a remuneração não avançou. A crise política e a instabilidade econômica do país promoveram uma “dança das cadeiras” no mercado e a realidade, agora, é diferente. As empresas contratam profissionais qualificados oferecendo baixa remuneração e a concorrência entre os candidatos é cada vez mais acirrada. 

Segundos dados do IBGE referentes à idade, a taxa de desemprego entre os jovens de 14 a 17 anos é de 37,9%; já entre pessoas de 25 a 39 anos, 9,9%. Entre adultos, o índice cai para 5,9% e, entre pessoas com 60 anos de idade ou mais, a taxa é de 3,3%.

“Está cada vez mais difícil encontrar emprego”, diz jovem Mato-Grossense que se mudou para AL

 Natural da cidade de Sorriso, estado do Mato Grosso, Beatriz Schaffer, 24, começou a trabalhar aos 19 anos e afirma que, há cinco anos, não era tão difícil se inserir no mercado de trabalho. Em princípio, a jovem acreditou que seria fácil se manter na terra dos marechais porque , segundo ela, “o custo de vida era bem menor” em comparação à realidade enfrentada por ela no Centro-Oeste. 

Com o passar do tempo, Beatriz começou a trabalhar, ingressou no ensino superior em uma faculdade particular da capital, mas teve que desistir do curso devido ao alto custo de vida. Neste ano, a jovem se viu desempregada. Atualmente, ela trabalha sem carteira assinada e passa por um período de experiência em uma empresa de telemarketing. No próximo ano, ela estudará História na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). 

“Com muito esforço e dedicação, acabei chegando ao meu objetivo: estudar em uma universidade federal. Creio que, daqui para frente, as coisas vão ficar mais fáceis. Tenho esperanças de conseguir um emprego melhor enquanto estudo. Em breve, pretendo procurar algo na minha área. Está cada vez mais difícil encontrar emprego em nosso município. O desemprego tem nos assombrado. Muitas empresas estão fechando as portas e poucas vagas estão sendo ofertadas”, pontuou. 

“A maioria das empresas não conseguem pagar mais que um salário mínimo para os funcionários, salvo algumas exceções. Mesmo para os jovens que estudam e se capacitam a situação é complicada. A meu ver, a alternativa é estudar ainda mais para conseguir ingressar em concursos públicos, buscar aprender outras profissões e se encaixar no que o mercado oferece”, expôs. 

Sexo feminino compõe a maioria dos desempregados
As mulheres representaram 50,8% dos desempregados no país apenas no primeiro trimestre, o que significa que há 5,64 milhões de pessoas desta sexo sem emprego. Já os homens representam um percentual de 49,2%, e correspondem a 5,45 milhões de pessoas. A única região onde há mais homens que mulheres desempregados é o Nordeste, segundo o IBGE. 

Taxa de desemprego geral é de 12,8% em AL

Em Alagoas, segundo a pesquisa mais recente da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), o índice de desemprego passou de 11,1% , de janeiro a março de 2015, para 12,8%, em 2016. A variação apresentada foi de 1,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.