Um vídeo, encaminhado a reportagem do Portal 7Segundos, mostra o relato de uma turista paulista que estava em Maceió, aproveitando o período de férias, quando precisou de atendimento no Hospital Geral do Estado (HGE) e ficou revoltada ao esperar pelo atendimento ao lado de outros pacientes em um ambiente cheio de moscas. Na gravação feita com um celular, a mulher questiona a demora para outro paciente passar por uma cirurgia e afirma que saiu da unidade sem ter um esparadrapo para segurar o algodão no braço.

A empresária, Glória Marreiro, questiona o investimento feito na realização da Olimpíada do Rio de Janeiro, que acontecerá esse ano, enquanto a saúde estaria abandonada e pede para que a pessoa que estava filmando mostre a situação nos corredores, onde pacientes aguardavam atendimento em macas, sendo acompanhados por familiares.

“Eu estava em férias e acabei vivendo tanto sofrimento e vendo tanto sofrimento. Precisamos cobrar dos nossos governantes. Pagamos muito imposto. Eu agora estou bem, mas eles continuam passando por tudo aqui. E todo mundo calado. Vocês não podem ficar calados, pessoal de Maceió. Isso é ridículo, esse é o nosso país. A gente não está pedindo esmola”, afirmou Glória no vídeo.

A mulher que teria procurado atendimento médico no HGE após ser picada por um inseto ainda relata que saiu da unidade segurando um pedaço de algodão, colocado no braço dela após atendimento médico, porque faltava esparadrapo na unidade. Emocionada, ela finaliza o vídeo afirmando: “Mas o Brasil vai acordar e ninguém vai passar pelo que eles passaram, porque isso é pecado. Nós não somos animais para sermos tratados dessa forma”.

Confira na íntegra o vídeo da turista Glória Marreiro:

 

A reportagem do Portal 7Segundos entrou em contato e encaminhou o vídeo para a assessoria de comunicação do Hospital Geral do Estado, que se posicionou através de nota onde reconhece que ocasionalmente a unidade de saúde chega a ficar superlotada, situação que seria agravada com a considerada deficiência da Atenção Básica dos municípios, já que grande parte destes pacientes deveriam ser atendidos nos postos de saúde. Diariamente são atendidos cerca de 500 pacientes no local.

A Gerência do HGE também se pronunciou diante da imagem do balde com moscas em meio aos pacientes e sobre a denúncia de falta de materiais básicos como o esparadrapo que a turista afirmou estar em falta.

“Sobre a falta de material para curativos, esclarece que há uma logística diária para assegurar o abastecimento contínuo da unidade com insumos, correlatos e medicamentos. Informa também que capacita, continuamente, os profissionais da unidade sobre o descarte correto do material utilizado, ensinando-os a separar e acondicionar corretamente cada lote dos resíduos, que são recolhidos por uma empresa especializada no descarte de resíduos hospitalares”, explicou em trechos da nota.

Confira na íntegra a nota encaminhada pela assessoria do HGE:

O Hospital Geral do Estado (HGE) informa que é uma unidade de porta aberta, ou seja, presta assistência a saúde a qualquer cidadão através do Sistema Único de Saúde (SUS). Diariamente, uma média de 500 alagoanos são atendidos por sua equipe multiprofissional, sem qualquer tipo de distinção, o que pode ocasionar grande fluxo de pessoas na Área Azul, que é destinada a todos os portadores de doenças clínicas, desde as viroses até doenças mais graves, como pneumonia. 

Desse modo, sazonalmente, o fluxo de pacientes nesta área pode se intensificar, elevando o número de doentes em observação médica. Situação que, em muitos casos, se deve a deficiência da Atenção Básica dos municípios, já que grande parte destes pacientes deveriam ser atendidos nos postos de saúde. 

Diante desta realidade, a Gerência do HGE destaca a existência de várias ações de combate a superlotação, como as implementadas pelo Núcleo Interno de Regulação de Leitos, dedicado a transferir os pacientes estabilizados para os leitos de retaguarda dos hospitais conveniados. Tão logo os pacientes são transferidos e recebem alta médica, ocorre a disponibilidade de novos leitos. 

Sobre a falta de material para curativos, esclarece que há uma logística diária para assegurar o abastecimento contínuo da unidade com insumos, correlatos e medicamentos.

Informa também que capacita, continuamente, os profissionais da unidade sobre o descarte correto do material utilizado, ensinando-os a separar e acondicionar corretamente cada lote dos resíduos, que são recolhidos por uma empresa especializada no descarte de resíduos hospitalares.