MPF investiga presidente da Samarco por não cumprir ações emergenciais
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento investigatório criminal para apurar eventual conduta ilícita do atual diretor-presidente da mineradora Samarco, Roberto Lúcio Nunes de Carvalho, porque, mesmo após oito meses do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), a mineradora não cumpriu plenamente nenhuma das ações emergenciais exigidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Renováveis (Ibama).
A barragem pertencia à Samarco e se rompeu em 5 de novembro do ano passado, deixando 19 mortos. O episódio é apontado como a maior tragédia ambiental do país. Houve poluição da bacia do Rio Doce e destruição de vegetação nativa e, no dia 7 de junho, o Ibama teria entregue ao presidente da Samarco um relatório apontando descumprimento integral de sete das 11 medidas emergenciais determinadas. As outras quatro medidas teriam sido adotadas apenas parcialmente.
O documento registra ainda que a omissão em relação às ações necessárias potencializa os riscos para a região durante a temporada de chuvas. O MPF entende que a conduta de Roberto Lúcio Carvalho pode ser enquadrada como crime ambiental, conforme a Lei 9.605/98. A legislação estabelece pena de um a cinco anos de reclusão para quem "deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível".
Medidas
Entre as medidas que o relatório aponta como não cumpridas, está a contenção de 24,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos que continuam espalhados pela área atingida na tragédia. O documento também indica a inexistência de um plano de gestão das águas e de projetos para controle da erosão e reconformação dos cursos no trecho compreendido entre a barragem de Fundão e a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves.
A Samarco também não apresentou ainda nenhuma alternativa ao dique S4, cuja construção foi proibida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), já que implicaria o alagamento de parte de um muro colonial, anexo a uma capela. O dique teria a função de evitar novos escoamentos de rejeitos no período chuvoso. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também é contra essa solução apresentada pela Samarco e cobra uma política de segurança da mineradora que seja mais duradoura.
O Ibama informa que, entre os dias 24 e 30 de junho, realizou 26 notificações à Samarco por descumprimento de medidas determinadas. Estas notificações representam o início de novos processos de fiscalização e, caso os prazos não sejam atendidos pela mineradora, ela poderá ser multada. Procurada, a Samarco ainda não se manifestou.
Últimas notícias
Moraes nega mudança de horário de fisioterapia de Bolsonaro
Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro após laudo médico da PF
Acesso asfáltico ao Distrito de Coité das Pinhas é autorizado e garante mais mobilidade e desenvolvimento
Paulo Dantas destaca saúde na entrega do Hospital Regional em Palmeira dos Índios
Obras marcam 39 anos de Teotônio e reforçam parceria entre Peu Pereira e Arthur Lira
Suzane von Richthofen curte litoral de São Paulo e web reage
Vídeos e noticias mais lidas
Prefeito de Major Izidoro é acusado de entrar em fazenda e matar gado de primo do governador
Promotorias querem revogação da nomeação de cunhada do prefeito de União
Policial Militar é preso após invadir motel e executar enfermeiro em Arapiraca
Alagoas registrou aumento no número de homicídios, aponta Governo Federal
