Torcida estrangeira desaprova Anitta na abertura das Olimpíadas: "não é o que esperávamos"
Europeus surpreendem-se quando descobrem que Anitta é uma das mais populares cantoras do Brasil

Escalada para ser a diva da cerimônia de abertura das Olimpíadas, Anitta pode "chocar" alguns estrangeiros mais acostumados a outros estilos da música brasileira. Europeus e norte-americanos, mais familiarizados com o samba e a bossa nova, surpreendem-se quando descobrem que Anitta é, hoje em dia, uma das mais populares cantoras do Brasil.
"É muito parecido com o que temos na Europa. Eu gosto, a mulher é muito bonita, dança bem. Mas não é o que esperava. Esperava uma coisa mais tradicional e isso não é tradicional", afirmou a alemã Teresa Muller, 26 anos.
O chileno Sergio Nuñes, 24 anos, sequer reconheceu as canções como um ritmo latino. A situação mostra o distanciamento entre o que os gringos imaginam da música brasileira e aquilo que realmente toca nas rádios do país.
Como as Olimpíadas são no Rio de Janeiro, a inglesa Joey Tumbal, 20 anos, acreditava que a cerimônia de abertura teria uma cantora consagrada de samba, e a festa seria enfeitada com elementos de carnaval. "Se o país faz 'o maior espetáculo da terra', seria natural mostrar seus artistas mais genuínos na abertura do Rio-2016."
Samba, a identidade nacional
O cantor, compositor e escritor Nei Lopes explica que na década de 1930 o samba foi escolhido por Getúlio Vargas para ser o ritmo brasileiro. "Era uma música apreciada e tocada de diferentes maneiras em todo o país. O então presidente aproveitou a Rádio Nacional para difundir o jeito carioca de fazer samba. Conquistou assim um elemento de unidade da nação."
Segundo Lopes, a situação começou a mudar com o golpe de 1964, quando os militares aceitaram que as indústrias estrangeiras de música introduzissem novos ritmos. Lopes conta que o movimento se intensificou na década de 1970. Declara que a intenção das gravados era criar um mercado uniforme e global para os mesmos artistas venderem no mundo todo, aumentando os lucros.
Historiador de música brasileira, Rodrigo Faour explica que movimentos na sociedade brasileira ajudaram o funk a virar o ritmo mais tocado nas rádios. Ele conta que o samba ficou mais classe média e o último cantor contestador foi Bezerra da Silva, no começo da década de 1990.
Na mesma época, a violência nas periferias aumentava e os moradores viram no funk uma forma de manifestar a opressão. Não havia internet, mas a televisão fez o papel de elemento globalizador e o país copiou e adaptou o funk e o rap dos Estados Unidos.
As letras fortes refletiam a realidade e criaram-se os proibidões. Impossíveis de serem tocadas no asfalto, os artistas compuseram versões lights para se apresentar no Faustão e no Xou da Xuxa, diz Faour. Ao longo dos tempos, a indústria musical absorveu este movimento. As letras perderam atitude e foram substituídas por Anitta, Ludmilla e tantas outras.
Últimas notícias

Conferência Municipal de Saúde do Trabalhador acontecerá em Penedo no dia 10 de abril

Estudantes da rede pública assistem concerto didático da Orquestra Sinfônica do Brasil em Penedo

Prefeito Ronaldo Lopes visita instalações da faculdade de medicina de Penedo

Prefeitura de Palmeira lança edição 2025 do Programa Mais Água Agricultor nesta quarta-feira (02)

Prefeitura de Palmeira encerra mês de homenagens às mulheres com primeira edição da “Caminhada Delas”

Caminhoneiro é vítima de emboscada na rodovia BR-101, em Porto Real do Colégio
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
