Eleições 2016

Almeida diz ser contra pardais e dispara: ?população não pode ser penalizada?

Candidato a prefeito de Maceió, do PMDB, foi o terceiro postulante sabatinado pela Rádio Gazeta AM

Por Anne Caroline Bomfim 22/09/2016 12h12
Almeida diz ser contra pardais e dispara: ?população não pode ser penalizada?
Cícero Almeida, do PMDB - Foto: Divulgação

O terceiro candidato a prefeito de Maceió sabatinado pela Rádio Gazeta AM foi Cícero Almeida, do PMDB, que tenta retornar à prefeitura da capital. A entrevista aconteceu na manhã desta quinta-feira (22) e foi conduzida, mais uma vez, pelo apresentador e radialista Rogério Costa. O encontro foi marcado por poucas propostas e críticas ácidas à atual gestão. Durante o seu discurso de apresentação, Almeida afirmou que merece ser eleito porque “Alagoas o conhece” e também afirmou, enfaticamente, que é contra os pardais eletrônicos.

Ele ressaltou a sua trajetória pelo rádio e televisão, que o fez desembocar para a política e também disse que está disposto a resolver os problemas da cidade porque sabe exatamente os pontos que não avançaram na atual gestão do PSDB. “Estou preparado mais do que nunca para cuidar da minha cidade. Quero tentar trazer algo novo. O que foi feito, foi feito. Quero prestar contas à população que me elegeu. A perfeição só foi atingida por Jesus Cristo, mas estou disposto a melhorar. Estou pronto para servir ao meu povo com muito carinho e respeito”, falou.

SAÚDE

Ascom/Prefeitura de MaceióCícero afirmou que, desde que saiu da prefeitura, postos de saúde foram fechados e que, quando era gestor da cidade, Maceió avançou nessa área, mas regrediu nos últimos quatro anos. Ele criticou o fechamento da maternidade Denilma Bulhões e informou que, se for novamente eleito, buscará estabelecer parcerias para a aquisição de recursos junto ao governo federal.

“Qualquer gestor precisa ter parcerias. A indicação política não é crime, mas é preciso indicar pessoas competentes e humanas. Você tem que exonerar do secretário ao diretor do posto se eles não atenderem as expectativas. Se você não tem os insumos básicos, como você pode cobrar? A culpa não é dos médicos”, disse. 

Almeida ressaltou ser a favor da indicação de vereadores para gerir e fiscalizar unidades de saúde municipais. “O vereador é o fiscal do município. Eu tinha uma equipe que andava todos os dias nos postos, acompanhando e fiscalizando o que estava acontecendo. Maceió teve que pagar R$54 milhões de judiscialização. Isso, na época, era obrigação do Estado e não do Município. Mas arcamos. Eu quero reabrir os principais postos que foram fechados e buscar recursos junto ao governo, por meio de parcerias públicas e privadas”. 

Questionado por um ouvinte sobre a falta de fitas para medição da glicose para os diabéticos que precisam recorrer ao SUS, Cícero tangenciou e afirmou apenas a situação da Saúde é complicada, mas “não adianta enganar a população”. “Lamentavelmente, a verdade está deixando a desejar nessa gestão. A população está insatisfeita e quer mudança. Não tenho hora para dormir e nem para acordar. O meu objetivo é fazer o bem”, exclamou. 

EDUCAÇÃO

DivulgaçãoSobre Educação, o deputado federal falou pouco e limitou-se a informar que pretende investir pesado em escolas de tempo integral, mas que, para que esse projeto se torne uma realidade, precisa buscar parcerias porque os recursos são poucos. “Cobra-se uma educação de qualidade e uma estrutura melhor para a juventude, mas o governo tem que dar a contrapartida. Os municípios estão falidos. Temos um governador atuante, o que vai ajudar bastante. Essa parceria vai nos levar a fazer uma grande gestão. Teremos grandes avanços, mas sem mentiras ou demagogias”, alertou. 

TRANSPORTE PÚBLICO

O radialista enfatizou o discurso e disse ser absolutamente contra a implantação de pardais eletrônicos porque “a população não pode ser penalizada como está sendo”. Cícero engrossou o tom da fala ao dizer que a instalação dos equipamentos é comprovadamente irregular. “Isso é uma vergonha, uma tristeza. Infelizmente, a SMTT se tornou a principal fonte de renda da Prefeitura de Maceió. Nós já temos tecnologias suficientes para chegar lá e desativar”, assegurou. 

Prefeitura de Maceió/Assessoria de Comunicação

Almeida também disse que, durante a sua gestão, foi legalmente impedido pelo Tribunal de Contas de licitar o transporte público na capital e acusou o atual prefeito Rui Palmeira (PSDB) de entregar a população “ônibus recuperados e pintados”, que, segundo ele, são usados e vindos de outros estados. Ele também criticou o atual preço da passagem. “Os terminais são mantidos e recuperados pelos empresários. Eles podem desmentir essa informação, mas eles são os aliados do atual gestor da cidade. Eu quero fazer o melhor. Não vamos explorar p usuário”, emendou. 

Perguntado sobre a sua opinião a respeito da legalização dos transportes alternativos como táxi de lotação e até o aplicativo para smartphones “Uber”, ele foi cauteloso. “Eu tenho o melhor relacionamento com os taxistas. Toda essa situação tem que ser estudada. Eu não vou perseguir ninguém, mas eu também não vou regularizar porque seria um ato irresponsável da minha parte. Cada um vai ter que dar sua parcela de contribuição. Quanto ao Uber, é preciso analisar com carinho. Será que estamos preparados para isso? Vamos sentar e conversar com todos os setores”, adiantou. 

SANEAMENTO E ILUMINAÇÃO PÚBLICA

DivulgaçãoA principal proposta do candidato na área ambiental é o desassoreamento da Lagoa Mundaú. Cícero Almeida também citou que pretende recuperar áreas de degradação ambiental, assim como o Riacho do Silva, Mercado da Produção e Vila Brejal. Sobre a atual situação do Vale do Reginaldo, que se torna constante alvo de críticas da população maceioense, Almeida disse, na época que comandava a cidade, não tomou a iniciativa de apoiar o ex-governador e, que, por isso, foi punido. “Os recursos foram retirados de Maceió e da Secretaria de Planejamento. Fui para Brasília para brigar por isso. O governo chegou a gastar R$60 milhões de reais, prometeu e não aconteceu”, denunciou. 

Cícero também teceu críticas ácidas à atual taxa de iluminação pública paga pelos contribuintes que, segundo ele, é a mais cara do Nordeste. “É o prefeito que decreta e faz saber. Maceió cresceu. Onde é que estão as lâmpadas de LED? Eu andei no Centro e tá uma vergonha, uma tristeza. Os comerciantes estão revoltados. O comércio é um shopping a céu aberto. Onde é que está todo o dinheiro que a Sima arrecada?”, concluiu.