Alagoas

?Devemos compartilhar?, diz mulher que adotou criança com microcefalia

Encontro da mãe com a menina, de seis meses, ocorreu na manhã desta terça-feira (13), na 28ª Vara Cível de Maceió

Por Redação com TJ/AL 13/12/2016 16h04
?Devemos compartilhar?, diz mulher que adotou criança com microcefalia

“Quando olhei a foto dela sabia que seria minha, foi amor à primeira vista”. Foram essas as palavras da técnica de enfermagem Aline Glaser Uerling, durante a entrega do termo de adoção da pequena Sofia, de seis meses, diagnosticada com microcefalia. O encontro foi realizado na manhã desta terça-feira (13), na 28ª Vara Cível da Capital - Infância e Juventude, em Maceió.

 Aline, de 37 anos, e seu esposo, Francisco dos Santos, moradores do Rio de Janeiro, estavam na fila do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e não impuseram qualquer tipo de restrição quanto ao perfil da criança. Bastaram, então, poucos meses até que recebessem ligação para buscar Sofia em um abrigo na capital alagoana.

“Cheguei a Maceió no domingo, consegui ficar hospedada no abrigo em que Sofia se encontrava. Tive o prazer de segurá-la no colo, dar algumas mamadeiras e ter a certeza que todo meu amor seria dela. Isso é amor de mãe, não se explica. Não podemos fechar os olhos para essas crianças, elas existem, vivem em abrigos e precisam do nosso amor”, afirmou Aline.

Essa não foi a primeira vez que Aline adotou uma criança. Sofia é a quarta a fazer parte da vida do casal. “Minha primeira adoção foi aos 30 anos, com a pequena Ingrid, que sofria de problemas respiratórios. Essa decisão surgiu após os nascimentos dos meus três meninos. Sonhar com uma menina me fez olhar com amor para adoção”, explicou.

Ainda em sua fala, a técnica de enfermagem chamou atenção para o preconceito que algumas crianças e adolescentes enfrentam nos abrigos. “A maioria da população rejeita crianças mais velhas, grupos de irmãos, bebês com alguma deficiência, e são essas pessoas que mais precisam da gente. O amor é algo que devemos compartilhar com quem mais necessita. Hoje posso afirmar que Ingrid, Luíza, Jamile e Sofia colorem os meus dias de rosa e alegria”, disse.

Para a juíza Eliana Machado, da 28ª Vara Cível da Capital, a iniciativa de Aline colabora para a mudança na cultura da adoção de crianças com necessidades especiais. “Todos sabemos o gesto de importância que é uma adoção. Mais ainda, são poucas as pessoas que entendem e deixam de adotar crianças que realmente necessitam por buscar um padrão”, destacou.