Sesau confirma casos suspeitos de febre amarela, mas AL não tem recomendação de vacina
O Ministério Público divulgou nessa terça-feira (7) uma ocorrência de caso suspeito, e que está em investigação, de febre amarela no estado de Alagoas. Devido a isso, a Secretaria do Estado de Saúde de Alagoas (Sesau-AL) confirmou que, em 2017, foram registrados dois casos suspeitos da doença de pessoas que viajaram ou vieram de outras regiões do país. As notificações foram encaminhadas, por meio de relatório, ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde Nacional (CIEVS).
De acordo com a secretaria, as duas situações de suspeitas da doença estão sendo investigadas com a coleta de amostras de sangue e que aguarda os resultados, por isso, não é possível uma classificação conclusiva dos casos. Segundo o órgão, a última suspeita da febre amarela no estado foi datada de 2013.
Vacinação
O Ministério da Saúde divulgou uma lista por classificação de recomendação dos municípios que deverão ou não adotar o método de vacinação para a prevenção da doença. Em Alagoas, nenhum município adotará a medida.
No entanto, a vacinação é aberta para casos específicos nas unidades de saúde, como por exemplo, para as pessoas – criança ou adulto – que viajarão para regiões endêmicas (onde a doença é comum), seja para residir ou por um período de curto prazo.
Nesses casos, a pessoa deve tomar a vacina dez dias antes da viagem, comprovar que se irá se deslocar para a “região afetada” ou “região ampliada”, conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, e para Áreas Com Recomendação de Vacinação (ACRV). Após a vacinação, é fornecido o Cartão Nacional de Vacinação, que deve ser conservado como documento pessoal.
Desde o início deste ano, o Ministério da Saúde tem enviado doses extras da vacina contra a febre amarela aos estados que estão registrando casos suspeitos da doença, além de outros localizados na divisa com áreas que tenham notificado casos. No total, 9,8 milhões de doses extras foram enviadas para cinco estados: Minas Gerais (4,5 milhões), Espírito Santo (2,5 milhões), São Paulo (1,2 milhão), Bahia (900 mil) e Rio de Janeiro (700 mil). O quantitativo é um adicional às doses de rotina do Calendário Nacional de Vacinação, enviadas mensalmente aos estados.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença endêmica e há circulação do vírus de forma permanente em várias regiões do País, em razão da manutenção do ciclo de transmissão silvestre no qual estão envolvidas diferentes espécies de mosquitos, sendo os mais importantes em nossa região, os do gênero Haemagogus e Sabethes, que atuam como vetores do vírus para primatas não humanos (PNH), representando os principais hospedeiros e amplificadores dos vírus.
A Sesau informa que, em conjunto com os municípios, mantém-se em situação de alerta, orientando/solicitando que todo caso suspeito deva ser comunicado de imediato, por telefone ou e-mail, ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde – CIEVS por meio do plantão 24 horas, de domingo a domingo e cujos contatos os serviços de saúde possuem. Ressalta, ainda, que a notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) deve ser feita pelo profissional de saúde, por meio do preenchimento da Ficha de Investigação de Febre Amarela. A notificação no Sinan permite a visualização do caso suspeito por todas as instâncias do SUS, não havendo possibilidade de sonegação ou sigilo para a informação.
Caso suspeito de febre amarela (critérios de suspeição)
É a pessoa que apresenta quadro febril agudo (até 7 dias), de início súbito, acompanhado de icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, nos últimos 15 dias, não vacinado contra febre amarela ou com estado vacinal ignorado, residente ou procedente de área de risco para a doença ou proveniente de locais com registro de epizootia confirmada em primatas não humanos ou com isolamento de vírus em mosquitos vetores.
Em função disso, a Sesau vem divulgando notas informativas, no portal www.saude.al.gov.br, sobre a situação, a partir de janeiro deste ano, bem como sobre as condutas que devem ser adotadas relativas ao manejo do paciente, coleta de amostra para exames e bloqueio na área onde o paciente com suspeita da doença esteve nos últimos dias, visando avaliar possíveis focos do vetor transmissor na área urbana (o Aedes aegypti). Além disso, vêm sendo investigados todos os rumores de morte de primata não humano (macacos e saguis).