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China diz que 'tempestade' se aproxima de península coreana

Por Folha de São Paulo 14/04/2017 16h04
China diz que 'tempestade' se aproxima de península coreana
Ditador da Coreia do Norte Kim Jong-un - Foto: Reuters

O governo da China afirmou nesta sexta-feira (14) temer que a situação na península coreana se torne incontrolável, enquanto um porta-aviões dos Estados Unidos se dirige para região em meio a temores de que Pyongyang possa realizar em breve seu sexto teste de armas nucleares.

"Os Estados Unidos, a Coreia do Sul e a Coreia do Norte estão envolvidos numa disputa que pode trazer uma tempestade [para a região da península coreana]", afirmou o chanceler Wang Yi a repórteres em Pequim.

"Não importa quem seja, se eles deixarem uma guerra estourar na península, eles devem assumir essa culpa histórica e pagar o preço disso", concluiu Wang.

A China, principal aliada e vizinha da Coreia do Norte, que, no entanto, se opõe ao seu programa de armas, pediu às partes que busquem a desnuclearização da península coreana por meio do diálogo.

"Chamamos todas para que deixem de de provocar e ameaçar umas às outras, quer com palavras ou ações, e não permitam que a situação chegue a um estágio irreversível e incontrolável", disse Yi.

Também nesta sexta, o vice-chanceler da Coreia do Norte, Han Song Ryol, fez ameaças aos EUA ao dizer que seu país está preparado para lançar ataques preventivos caso os Estados Unidos demonstrem qualquer sinal de agressão.

"Nós iremos para a guerra se eles escolherem", disse Han em entrevista à agência de notícias Associated Press, acrescentando que o governo de Donald Trump nos Estados Unidos é "mais perverso e mais agressivo" que os anteriores.

PREOCUPAÇÃO CRESCENTE

A preocupação cresceu desde que a Marinha norte-americana disparou 59 mísseis Tomahawk em uma base aérea síria na semana passada, em resposta a um ataque de gás mortal, levantando questões sobre os planos do presidente norte-americano, Donald Trump, para a Coreia do Norte, que levou a cabo testes com mísseis e nucleares desafiando as sanções da ONU e unilaterais.

Os Estados Unidos advertiram que uma política de "paciência estratégica" acabou. O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, visitará a Coreia do Sul no domingo como parte de uma viagem de dez dias pela Ásia.

Embora Trump tenha alertado a Coreia do Norte de que não tolerará mais provocações, autoridades norte-americanas disseram que seu governo está concentrando sua estratégia em sanções econômicas mais duras.

O presidente americano disse nesta quinta-feira que a Coreia do Norte é um problema que "será resolvido" e acredita que o presidente chinês, Xi Jinping, "trabalharia muito" para ajudar a resolvê-lo.

Trump também afirmou que os EUA estão preparados para enfrentar a crise sem a China, se necessário.

Ele desviou o porta-aviões Carl Vinson e seu grupo de ataque para a península coreana na nesta semana em uma demonstração de força.

Enquanto isso, imagens de satélite de uma base militar na Coreia do Norte indicam que o regime do ditador Kim Jong-un está preparado para conduzir um novo teste nuclear, segundo a organização americana 38 North.

De acordo com especialistas da organização, que monitora a situação no país, imagens aéreas registradas na quarta mostram uma atividade contínua de funcionários em instalações da base de Punggye-ri. Desde 2006, o regime norte-coreano realizou cinco testes nucleares no local.