Capital

Seduc confirma atraso salarial e reconhece falta de fiscalização em transporte de alunos

Por 7 Segundos 04/05/2017 18h06
Seduc confirma atraso salarial e reconhece falta de fiscalização em transporte de alunos
Mães de estudantes denunciam superlotação em transporte escolar na capital - Foto: Reprodução

Mães de estudantes de Maceió que dependem dos transportes escolares vinculados ao governo estadual denunciam problemas estruturais, devido à superlotação dos coletivos. Segundo apuração, cerca de 80 alunos estão sendo transportados em um único ônibus, sendo 50 sentados e 30 em pé. 

Segundo um motorista que preferiu não se identificar, a superlotação ocorre por causa de demissões de outros profissionais e o atraso dos salários dos motoristas que estão exercendo a atividade, o que tem provocado redução na frota.

Por não estar recebendo, ele alega que muitos não têm condições de pagar pela manutenção dos veículos, visto que, a exemplo de um problema com um pneu, o valor do reparo pode chegar a R$ 1.600.  A redução da frota tem causado superlotação em diversas linhas. Para proteger a identidade da fonte, não será divulgada qual a linha de ônibus denunciada. 

O 7 Segundos entrou em contato com a Secretaria de Educação do Estado de Alagoas (Seduc), que por meio da assessoria de imprensa, reconheceu que há atraso no salário dos motoristas. Segundo o trabalhador, a categoria recebeu até o mês de fevereiro, e desde então, não houve mais pagamento. 

Apesar de reconhecer o atraso, a Seduc diz que depende de uma relação com a lista de frequência dos alunos, para identificar a quantidade de estudantes que estão sendo transportados. Esta relação é enviada pela Cooperativa dos Proprietários Autônomos de Ônibus, Vans e Automóveis Rodoviários, Turismo e Urbano do Estado de Alagoas (Coopeal –Bus), que presta serviços de transporte escolar para o Estado. 

A Secretaria efetua o pagamento dos trabalhadores à Cooperativa, que se responsabiliza a pagar os funcionários. O pagamento inclui o salário e o frete dos veículos. Segundo a Coopeal-Bus, os motoristas são responsáveis pela manutenção.  À reportagem, o diretor-secretário da cooperativa, Josevaldo Batista Santos informou que solicitou o pagamento de fevereiro, que foi efetuado somente no dia 27 de abril. “O do mês de março está protocolado, a justificativa é que estão analisando o processo”, afirma o diretor-secretário da cooperativa, Josevaldo Batista Santos. 

Lotação

A mãe de um dos estudantes, em contato com 7 Segundos disse que não há supervisão nos ônibus para controlar a quantidade de alunos para cada coletivo. De acordo com a Coopeal-Bus, há 130 ônibus na capital para cerca de 6000 alunos, o que equivale a 46 alunos por transporte, o que não reflete à realidade. 

A reportagem questionou à Secretaria se há fiscalização para reconhecer esses problemas, e, por meio de assessoria de imprensa, afirmou que não há monitores e que não há legislação ou obrigação legal para a prática. Mas informou que toma as providências cabíveis, através de denúncias realizadas por mães, funcionários ou pelos próprios alunos. No entanto, não há nenhuma oficializada junto à Secretaria.