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Oito milhões ainda não sacaram o FGTS; prazo acaba em pouco mais de 30 dias

Por Uol/ Folha de São Paulo 27/06/2017 08h08
Oito milhões ainda não sacaram o FGTS; prazo acaba em pouco mais de 30 dias
Pessoas enfrentam filas no primeiro dia de saque do FGTS de contas inativas - Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

Falta pouco mais de um mês para os trabalhadores que têm saldo em contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) sacarem seus recursos.

Segundo a Caixa Econômica Federal, até o dia 21 de junho, cerca de R$ 37 bilhões foram entregues a 22,1 milhões de beneficiários. O montante representa quase 85% do total de recursos disponíveis, contabilizados de um total de R$ 43,6 bilhões.

Para os próximos dias, a Caixa ainda espera atender até 8 milhões de pessoas. Desde o início das retiradas, 45% dos beneficiários fizeram os saques diretamente na boca do caixa, em uma agência bancária.

No entanto, é possível obter o recurso das contas inativas com saldo de até R$ 1.500 nos terminais de autoatendimento da instituição com o número do PIS e uma senha que é cadastrada na hora, no caso de não possuir o Cartão do Cidadão. Para valores entre R$ 1.500 e R$ 3.000, será necessário ter o Cartão do Cidadão e a senha.

Nos correspondentes Caixa Aqui e nas Lotéricas, será permitido sacar até R$ 3.000. Para isso, será preciso apresentar documento de identificação, Cartão do Cidadão e senha. Valores acima de R$ 3.000 serão sacados exclusivamente nas agências, sendo que, no caso de valores superiores a R$ 10 mil, o trabalhador precisará apresentar carteira de trabalho ou documento que comprove a extinção do vínculo com a empresa.

Dívidas em primeiro lugar

Para o planejador financeiro José Raymundo, o principal destino do dinheiro deve ser a quitação de dívida. Só depois o beneficiário deve pensar em investimento ou em consumo. "Se a pessoa está endividada, precisa negociar com o credor para quitar a dívida. Agora, se a pessoa está desempregada, é difícil abrir mão do dinheiro para o sustento.

No caso do pagamento de débitos, Raymundo sugere que, se possível, o consumidor tente pagar todo o montante, o que abre margem para negociações.

"Se a pessoa vai sacar R$ 5.000 do FGTS e tem uma dívida de R$ 7.000, é importante que a pessoa tente negociar com o credor. Se o valor da dívida for muito maior, paga-se aquilo que pode e tenta-se rever os juros da dívida e o prazo", afirma. "O dinheiro do FGTS é um trunfo que o consumidor tem em mãos", destaca o especialista.

Raymundo acrescenta que mesmo no caso de dívidas contraídas por meio de prestações futuras, como um crédito para a compra de eletrodoméstico ou um automóvel, é uma boa estratégia antecipar o pagamento. Isso vai abrir espaço no fluxo de caixa. "Assim, ele poderá guardar dinheiro. Se o consumidor tiver disciplina, vale a pena essa folga para fazer uma poupança."