Três dias após enxurrada, moradora do Mutange diz que não tem para onde ir
A situação das cinco casas afetadas pela enxurrada do último sábado (22), continua a mesma, três dias após o ocorrido. A maior reclamação dos moradores é que com a recorrência das chuvas, a situação têm se repetido na mesma intensidade nos últimos dias. Na tarde desta segunda-feira (25), a moradora Priscila Calheiros relatou ao portal Sete Segundos as dificuldades enfrentadas na residência após o desastre.
Eram 21 horas do último sábado, quando Priscila recebeu a ligação da mãe que estava na sua casa durante o ocorrido. A moça contou que a mãe ligou desesperada pedindo para que ela voltasse para casa, mas não conseguia explicar o que estava acontecendo.
Sabendo que a situação já tinha ocorrido com a vizinha na mesma semana, Priscila voltou para casa e encontrou tudo revirado.
“Minha mãe estava tentando pegar as coisas dentro de casa, mas elas eram facilmente levadas pela correnteza da água. Fui ao fundo casa e vi que não tinha mais quintal, a água derrubou o muro. Eu não conseguia acreditar no que via.” Lembra Priscila
Hoje, quase três dias depois do ocorrido, ela conta que todos que sofreram com a enxurrada além de estarem cansados de limpar as casas, também estão em choque com o acidente.
“Minha vizinha está tomando remédio controlado para dormir e minha mãe está psicologicamente abalada. Comigo não é diferente, não consigo fechar um olho se quer”, Relata a moradora, que fica apreensiva durante a noite.
A moça que mora há cinco anos no local, disse que nunca tinha acontecido algo semelhante. Porém após a primeira enxurrada, outras ocorreram nos dias seguintes e trouxeram mais prejuízos.
Na casa a maquina de lavar foi quebrada com a queda do muro. O guarda-roupa e alguns móveis de madeira tiveram que ser jogados no lixo. Algumas roupas inclusive ficaram encardidas e Priscila teve que se desfazer. Segundo ela, falta coragem para testar alguns eletrodomésticos que ficaram inundados e por isso o armazenamento de comida é comprometido.
Tirar a água do piso dentro de casa virou rotina para as cinco famílias. O barro gruda nos azulejos e é preciso ainda mais água para limpar. Uma moradora que não quis se identificar, disse que já não sabe o que tem.
As inundações que ocorreram por causa de um vazamento de uma galeria de água pluvial foi segundo moradores, decorrência de uma obra mal acabada no local. Para concluir o concerto da tubulação que vem do bairro do Farol, funcionários informaram aos moradores que eles precisariam sair das casas por segurança.
Priscila relatou que funcionários da Defesa Civil apareceram para realizar o cadastro dos moradores no auxilio-moradia, porém até agora eles não receberam nenhum recurso.
“Precisamos de uma ajuda, pois não temos condições e já tivemos muitos prejuízos. ”, conta a moça depois que revelou não ter mais coragem de morar no Mutange.
Procurando o Governo para saber como as pessoas poderiam ser reembolsadas, o Sete Segundos foi informado por meio de nota que a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), que o vazamento não foi causado por obras ou redes operadas pelo Estado, e que a Casal opera apenas em redes de água potável e redes coletoras de esgoto.
A Secretaria Municipal de Infraestrutra (Seminfra), explicou que o problema aconteceu após um rompimento de uma galeria de água pluvial por causa das chuvas. Para sanar o problema a Secretaria colocou lonas e sacos de areia para desviar a água.
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