Polícia

Ex-médico da equipe de ginástica dos EUA é condenado a 175 anos de prisão

Por Reuters 25/01/2018 13h01
Ex-médico da equipe de ginástica dos EUA é condenado a 175 anos de prisão
O médico Lawrence Nassar - Foto: AFP

O médico de longa data da equipe de ginástica dos Estados Unidos Larry Nassar foi sentenciado nesta quarta-feira a até 175 anos de prisão por abusar de jovens ginastas, após dias de dolorosos testemunhos de cerca de 160 de suas vítimas, incluindo medalhistas olímpicas.

“Eu acabei de assinar sua sentença de morte”, disse a juíza da corte do condado de Ingham, Rosemarie Aquilina, a Nassar ao impor a pena, depois de fazer uma dura desaprovação aos seus anos de abuso.

Algumas vítimas enxugaram os olhos após Aquilina falar, enquanto Rachael Denhollander, a primeira vítima a se apresentar publicamente em 2016, sorriu.

Nassar, de 54 anos, se declarou culpado em novembro por sete acusações de assédio sexual de primeiro grau no condado de Ingham, assim como três acusações no condado de Eaton, onde será sentenciado na semana que vem.

Ele já cumpre uma sentença de 60 anos em prisão federal por condenações de pornografia infantil.

Antes da sentença ser anunciada, Nassar pediu desculpas às vítimas, dizendo: “Eu irei carregar suas palavras comigo pelo resto dos meus dias”.

Mas Aquilina classificou a afirmação como falsa, lendo em voz alta uma carta que Nassar escreveu para ela, na qual reivindicava ser um bom médico que foi “manipulado” a se dizer culpado, gerando raiva entre espectadores do tribunal. Nassar também havia afirmado que seus acusadores fabricaram acusações para ganhar dinheiro e fama e escreveu, “o inferno não tem fúria como de uma mulher desprezada”.

“Esta carta me diz que você ainda não reconhece o que você fez”, disse Aquilina, após jogar com raiva o papel para o lado. “Eu não deixaria meus cachorros com você, senhor”.

A sentença ocorre após uma extraordinária audiência de uma semana que teve diversas vítimas de Nassar contando suas histórias, descrevendo como ele usava tratamentos médicos e a confiança das próprias atletas para justificar penetrar seus corpos com os dedos.

(Reportagem de Steve Friess, em Lansing, e Keith Coffman, em Denver)