Confidente da ex-presidente sul-coreana é condenada a 20 anos de prisão

A amiga e confidente da ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye, no centro do escândalo de corrupção que precipitou sua queda, foi condenada nesta terça-feira (13) a 20 anos de prisão.
Choi Soon-sil, de 61 anos, é filha de um misterioso líder religioso. Ela foi por décadas amiga íntima de Park, ao ponto de ser apelidada de "Rasputina" pela imprensa local pela influência que exercia sobre a ex-presidente.
Quando o escândalo de corrupção veio à tona em 2016 na quarta economia da Ásia, foi apontada pelos manifestantes que pediam a saída da presidente como a principal vilã. O caso terminou com a destituição de Park em março de 2017.
O Tribunal do Distrito Central de Seul considerou Choi culpada de abuso de poder, corrupção e interferência nas decisões do governo.
Esta condenação poderia ser um preâmbulo do julgamento de Park. Quinze das 18 acusações contra Choi são semelhantes às acusações contra a ex-presidente.
Choi teria tirado proveito de "sua relação pessoal" com a ex-chefe de Estado para forçar grandes grupos econômicos a pagar altas somas para fundações sob seu controle, apontou o juiz Kim Se-yoon.
No total, ela teria recebido 14 bilhões de wons (10,5 milhões de euros) da Samsung, o maior conglomerado da Coreia do Sul, e da Lotte, uma gigante de varejo. Além disso, "entrometeu-se em vários assuntos de Estado", acrescentou o magistrado.
'Crueldade'
Choi não tinha nem título nem autorização de segurança, o que não a impedia de se intrometer em decisões políticas, como na nomeação de ministros ou embaixadores, e de reescrever discursos presidenciais.
"Dada a extensão dos ganhos materiais obtidos pela acusada, da intromissão nos assuntos públicos resultantes de seus crimes e da frustração da população, sua culpa é pesada", afirmou o juiz, observando que ela não mostrou nenhum sinal de arrependimento.
Choi, vestida com um anorak azul escuro com um crachá com seu número, quase não reagiu ao ouvir a sentença.
A acusação havia solicitado uma pena de 25 anos de prisão contra a amiga secreta, "alfa e ômega do escândalo".
Um co-réu, Shin Dong-bin, presidente da Lotte, o quinto "chaebol" sul-coreano, como são chamados os conglomerados familiares da Coreia do Sul, foi condenado a dois anos e meio de prisão. Ele compareceu ao tribunal livre e um mandado foi entregue na audiência.
Outro co-acusado, Ahn Jong-beom, ex-conselheiro de Park, foi condenado a seis anos de prisão.
Choi negou todas as acusações, explicando que nunca procurou obter benefícios pessoais e que estava tentando ajudar Park em seu trabalho.
Ela também acusou o promotor do caso de tê-la "pego em uma armadilha".
Seu advogado, Lee Kyung-jae, anunciou sua intenção de recorrer, denunciando uma "sentença pesada até o limite da crueldade".
Em um contexto de crescente frustração econômica e social, Park foi destituída em dezembro de 2016 pela Assembleia Nacional, uma decisão confirmada três meses depois pelo Tribunal Constitucional.
Isso permitiu, ao mesmo tempo, o levantamento de sua imunidade presidencial, sua detenção em prisão preventiva e sua acusação.
O escândalo expôs as conexões insalubres entre as elites políticas e econômicas do país. Os chaebols são os motores de uma economia sul-coreana florescente. Grupos como Samsung e Hyundai desempenharam um papel crucial no "milagre" econômico das décadas de 1960 e 1970 que transformou o país devastado pela guerra.
Na semana passada, a justiça sul-coreana liberou o herdeiro do império da Samsung, Lee Jae-Yong, julgado no mesmo escândalo. Sua condenação foi confirmada em recurso, mas a sentença foi reduzida em sursis.
Ele foi o terceiro membro do clã familiar a beneficiar da clemência dos tribunais.
O tribunal considerou nesta terça-feira que os 3,6 bilhões de wons desembolsados pela Samsung para pagar cavalos e equipamentos de equitação para a filha de Choi, bem como os 3,6 bilhões pagos a uma empresa sob seu controle, foram subornos. Mas, não há provas de que a Samsung tenha pedido favores políticos em troca.
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