"Não me preocupa", diz Temer sobre mudança no foro privilegiado

O presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta segunda-feira (7) não estar preocupado com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de restringir o foro privilegiado para deputados federais e senadores. "É uma discussão que não me preocupa e não deveria preocupar ninguém", disse Temer em entrevista à rádio CBN.
Na última quinta-feira (3), o STF decidiu que só serão julgados na Corte processos que tratem de crimes praticados durante o exercício do mandato e que tenham relação com a função parlamentar. "As pessoas falam [da decisão do STF] como se fosse uma grande conquista. Eu não sei de quem", afirmou o presidente.
A regra, até então, estabelecia que esses parlamentares fossem julgados no STF em ações ligadas a qualquer tipo de crime —praticado antes ou durante o mandato.
Apesar de a decisão do Supremo se restringir a deputados federais e senadores, o STJ (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta segunda enviar uma ação penal contra o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), para a Justiça de primeira instância do estado. A medida, segundo o ministro do STJ Luis Felipe Salomão, foi tomada com base no princípio da simetria.
O presidente afirmou ainda que a mudança tem um efeito "ilusório", já que um julgamento em primeira instância, "ao longo do tempo, pode até ter uma prescrição", beneficiando o político suspeito de crime.
"Acho que para quem comete um delito, talvez o primeiro grau seja mais importante em função do infindado número de recursos que você pode apresentar", disse o Temer. "Quando está no Supremo, você tem só o Supremo."
Temer ainda lembrou da época em que presidiu a Câmara dos Deputados –quando, segundo ele, diversos parlamentares o procuraram e "exigiram" emendas que acabassem com o foro, para que os casos passassem a ser analisados na primeira instância.
"Demonização" da política
Questionado se existe hoje uma "demonização da política", Temer afirmou que se sente muitas vezes "demonizado" e reclamou do que chamou de "ataques no plano moral".
"Eu próprio sou demonizado muitas vezes, e de forma muito indigna", disse. Ele afirmou, no entanto, que não se arrepende de ter deixado a vice-Presidência para ocupar o cargo de presidente após o impeachment de Dilma Rousseff (PT).
"Claro que tenho muito orgulho de ter sido presidente, porque é como todos dizem: 'a história vai te reconhecer'. Mas eu reconheço que bastou eu ser presidente para começar uma campanha contra mim, [uma campanha] feroz", disse.
O presidente ainda criticou o inquérito que está em andamento contra ele e que apura supostas irregularidades na aprovação de um decreto do setor portuário. "Esse é um caso extremamente inadequado. É um processo que começa sem saber por quê, continua sem saber por quê e vai terminar provavelmente sem saber por quê", disse.
Na tarde desta segunda, o ministro do STF Luís Roberto Barroso decidiu prorrogar a investigação contra Temer por mais 60 dias.
Veja também
Últimas notícias

Água Branca: Homem é expulso por chegar tarde em casa e polícia é acionada
Homem é detido em operação policial no município de Delmiro Gouveia

Idoso arapiraquense internado em Maceió devido um câncer de pulmão, necessita de doação de sangue urgente

Moradores do bairro Bom Parto fazem protesto em decorrência da falta de água na região

Casal trabalha para restabelecer abastecimento de água para Pão de Açúcar

Dnit vai desligar radar que multou motoristas no acesso ao campus da Ufal
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
