Comportamento

Redes sociais: Mães que monitoram perfis sociais para os filhos

Por Valtênea Araújo *Estagiária 13/05/2018 07h07
Redes sociais: Mães que monitoram perfis sociais para os filhos
A enfermeira Esther Crislaine Ferreira, mãe de Maria Clara. - Foto: Reprodução/ Instagram

O Instagram é uma rede social de fotos para usuários de Andróid e iPhone. Trata-se de um aplicativo gratuito que pode ser baixado por qualquer um. Hoje é muito comum encontrar pessoas que utilizam a plataforma para vendas, propagadas ou apenas diversão.

O aplicativo permite compartilhar essas imagens em redes sociais, como o Facebook ou Twitter. É muito freqüente os usuários utilizarem hashtags (#) para relacionar imagens de um mesmo tema. Atualmente é uma das ferramentas mais utilizadas para quem gosta de se manter conectado com o mundo.

Você sabe o que é o sharenting? – o termo começou a ser utilizado em meados dos anos 2000, é a junção de duas palavras do vocabulário inglês. Share, que significa “compartilhar” e parenting, é um termo ligado à função de ser mãe ou pai. A palavra também é associada ao uso excessivo dos pais em publicar imagens dos filhos nas redes sociais, mas não precisa ter medo. Basta ter cautela e um olhar atento a tudo o que é postado.

O Diário de Clarinha e os milhares de seguidores

Foi utilizando o Instagram que a enfermeira Esther Crislaine Ferreira, de 28 anos, resolveu se aventurar no mundo virtual, e com autorização do marido – José Oscar Ferreira criou um perfil para a filha, de um ano e nove meses. O Diário da Clarinha é sucesso no aplicativo, com menos de dois anos de existência, e já conta com quase 65 mil seguidores.

O perfil de Maria Clara Ferreira é administrado pela mãe e as imagens utilizadas são sempre selecionadas por ela e o marido, evitando assim, a exposição excessiva da filha. O cuidado e a atenção são redobrados na hora da publicação. “Não publicamos fotos que exponham a nudez da criança e nem em posições sensuais” explica Esther Ferreira.

O mundo digital muitas vezes é algo obscuro, não sabemos quem está do outro lado da máquina. Os crimes na internet estão se tornando cada vez mais comuns. Comentários racistas, caluniosos, pedofilia, entre tantos outros, se tornaram um grande problema para a sociedade. Mas não podemos ficar paralisados de medo. Nem todas as crianças estão em perigo e ninguém pode proibir você de postar fotos dos seus pequenos.

A enfermeira conta que foi alvo duas vezes de criticas na internet e tomou uma atitude. “Fui criticada duas vezes, na primeira apenas exclui o comentário, mas na segunda respondi a pessoa que criticou o fato de expor fotos da criança. Considero-me uma boa mãe e tenho cuidado redobrado para não expor minha filha em situações constrangedoras”.

Esther Ferreira explica que trabalha com colaboradores e isso rende lucros para complementar a renda da família. “Trabalhamos com parcerias por meio de permuta, mas não consigo contabilizar lucro em dinheiro. Porém, consigo afirmar que 80% das roupas e 100% dos acessórios que ela usa são frutos desses acordos”.

Contas privadas podem evitar excessos

A advogada Isabelle Siqueira, de 25 anos tomou precauções na hora de compartilhar os momentos “fofos” da filha no Instagram. Optando pela privacidade da filha, preferiu manter a conta exclusiva apenas para familiares e amigos.

A pequena Maria Isabella Siqueira tem sete meses e a conta foi criada quando ela tinha um mês de nascida. A idéia partiu da mãe, mas teve a participação do marido de Isabelle.

Ela explica o motivo de ter limitado o acesso a conta pessoal da filha. “Antes tínhamos a conta do IG "aberta", para ter mais visibilidade, porém vimos que não estava sendo legal expor demais a nossa filha para as pessoas que nem ao menos conhecíamos. Então decidimos limitar a visibilidade do conteúdo (dia a dia) apenas para a família, amigos e pessoas próximas. Como a internet é um “mundo" ilimitado, não teríamos o controle de quem pudesse de alguma forma deturpar o que estávamos construindo, caso isso algum dia acontecesse”.

A idéia inicial – mostrar o dia-dia da filha e o lado bom de ser mãe, mas o medo da exposição em excesso e de ser alvo de crimes da internet, foi crucial para que o casal optasse por exclusividade quem pode ter acesso as imagens de Maria Isabella.

“No começo queríamos criar um IG onde a gente pudesse compartilhar o dia-dia da Maria com as pessoas, nós queríamos que elas vissem o amor, a alegria que é ter um filho, e que as pessoas se envolvessem e interagisse com o cotidiano da gente de uma forma bem descontraída e leve”.

Atenção nunca é demais

Os pais podem redobrar os cuidados ao administrar o perfil dos filhos, evitando assim, disseminar informação pessoal em excesso nas redes sociais.

Procure sempre não dar informações sobre a rotina dos filhos, endereços ou locais onde realizem atividades extracurriculares.

Nunca publique fotografias sem ou pouca roupa. Evitar fotos com fardas escolares também é fundamental para evitar pessoas mal intencionadas – atenção nunca é demais.