O Estado de São Paulo divulgou nesta segunda-feira (23) uma conversa do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, ocorrida no final de semana em um grupo de parlamentares, que o MDB e o pré-candidato do partido à Presidência da República, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, defendam uma forma de “leniência” ao caixa 2 praticado em eleições passadas.

De acordo com a reportagem, Marun sugeriu a criação de uma corte constitucional para “dirimir conflitos” entre o STF e a Constituição e um conselho superior para controle externo das polícias. “Vamos desburocratizar as eleições, mas punir realmente o uso de dinheiro ilegal nos pleitos. Podemos propor uma forma de leniência para o caixa dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro”, escreveu o ministro, que é citado na Operação Registro Espúrio, suspeito de interferir em registro de sindicatos no Ministério do Trabalho.

Nesta perspectiva do ministro, o ex-governador, Teotonio Vilela Filho (PSDB) e outros políticos seriam beneficiados com o perdão. Eles fazem parte da lista dos 279 políticos acusados de fazer Caixa 2 com a empresa Odebrecht Infraestrutura, na 23ª fase da Operação Lava Jato.

Além do ex-governador, estavam na lista: Cristiano Matheus, Cacau Gomes, Nilton Costa, Abelardo Leopoldo, Jeferson Morais, Ronaldo Lessa, Júnior Damaso, Rosinha da Adefal, Eduardo Canuto, Silvio Camelo, Thomaz Beltrão, Patrícia Sampaio, Dudu Ronalsa, Marcelo Malta e Jorge VI.