Maior teste de DNA da Holanda soluciona assassinato de menino depois de 20 anos
Um suspeito foi preso semana passada nos arredores de Barcelona, na Espanha
Tradicionalmente, quase todas as crianças holandesas, pelo menos uma vez na vida, participam de um acampamento, onde aprendem sobre a natureza e o espírito de grupo. Em 1998, Nicky Verstappen estava acampando com amigos em uma reserva natural. Brincaram tanto que todos dormiram pesado à noite. Horas depois, Nicky havia desaparecido.
Um mutirão foi organizado para tentar encontrar o menino de 11 anos. O corpo foi achado; ele estava descalço, vestido com pijama e tinha sinais de estupro. Policiais fizeram a guarda do lugar do crime; um homem foi parado e contou que estava "a caminho de casa". Disse que se chamava Jos e morava com a mãe na região. As informações foram confirmadas e ele não foi listado como suspeito.
Os investigadores apostavam que a solução viria do Instituto Forense da Holanda. Os exames encontraram DNA de um homem no pijama do Nicky, mas não batia com o de nenhum criminoso no banco de dados. O rosto sardento do Nicky virou símbolo de ameaça aos filhos de toda a Holanda. Apesar disso, a investigação esfriou.
Depois de um tempo, a família Verstappen procurou um jornalista investigativo famoso, Peter de Vries, que tinha um programa sobre crimes não resolvidos e recebia pistas de espectadores. Os jornalistas passaram a fazer uma investigação paralela.
No mesmo ano, uma novidade esquentou o caso: uma nova lei autorizou a análise do material genético de qualquer pessoa, mesmo que não seja suspeita de nada. Teve início, então, o maior teste de DNA da história da Holanda. A polícia pediu para 21 mil homens da região doarem voluntariamente o próprio material genético; ao todo, 16 mil foram testados, mas nenhum batia com o material encontrado no corpo do menino.
A polícia quase arquivou o caso, até um dado chamar atenção: o homem de bicicleta da cena do crime não apareceu para doar o DNA. Jos desapareceu quando a população foi convocada. Vinte anos depois, os policiais, então, examinaram a escova de dente dele e o DNA era idêntico ao encontrado no pijama de Nicky. Jos foi preso nos arredores de Barcelona, na Espanha, ele foi extraditado e será julgado.